Resumo |
A alimentação da criança segue o padrão alimentar da mãe, uma vez que, as mães tendem a oferecer aos filhos os mesmos alimentos que consomem. Da mesma forma, o estado nutricional da criança tende a se assemelhar ao da mãe. O objetivo do estudo foi avaliar a qualidade da alimentação e o estado nutricional de crianças com até dois anos de idade e de suas mães atendidas na rede pública de saúde do município de Viçosa-MG. Trata-se de um estudo descritivo, transversal que faz parte de um projeto maior, intitulado “Condições nutricionais e de saúde maternas e de crianças menores de dois anos atendidas na rede pública de saúde do município de Viçosa-MG”. A amostragem foi realizada por conveniência e o critério de inclusão adotado foi possuir idade de 6 a 23 meses e 29 dias e o critério de exclusão a presença de enfermidades que necessitam de alterações na alimentação da díade. Foi aplicado um questionário com questões demográficas, sociais, econômicas e condições de saúde das mães e das crianças. Para a investigação do consumo alimentar das mães e das crianças foi utilizado o Registro de Consumo Alimentar e para a avaliação deste foram utilizados os indicadores do consumo alimentar adaptado pelo Ministério da Saúde para avaliação da alimentação de crianças e adultos na atenção básica. Verificou-se que 49,02% (n=50) das mães possuíam ensino médio completo ou superior incompleto e 0,98% (n=1) ensino fundamental I incompleto. Quanto a condição socioeconômica, 29,41% (n=30) pertenciam à classe C2, 29,41% (n=30) à classe C1 e 3,92% (n=4) à classe B1. Cerca de 40% (n=42) das crianças consumiam leite materno, 100% (n=104) frutas, verduras ou legumes, 23,08% (n=24) embutidos, 15,38% (n=16) doces e 18,27% (n=19) chips, macarrão instantâneo ou biscoitos salgados. Foi observado, ainda, que 91,31% (n=96) das crianças consumiram alimentos fonte de vitamina A e 98,08% (n=102) fontes de ferro. Quanto às mães, 94,1% (n=96) consumiam frutas, verduras ou legumes, 62,5% (n=64) embutidos, 43,14% (n=44) doces e 42,15% (n=43) chips, macarrão instantâneo ou biscoitos salgados. Bebidas adoçadas representaram o maior consumo de ultraprocessados, tanto pelas mães 96,08% (n=98) como pelas crianças 65,38%(n=68). Verificou-se excesso de peso em 47,06% (n=48) das mães e em 28,85% (n=30) das crianças segundo o IMC. Os alimentos não saudáveis, incluindo ultraprocessados, estiveram presentes na alimentação da díade, o que pode estar relacionado com o excesso de peso verificado no estudo. A condição verificada aponta para a necessidade de ações de esclarecimento sobre a importância da alimentação saudável da mãe e de seu filho. |