Resumo |
Introdução: O período gestacional envolve significativas mudanças físicas, hormonais e psicológicas na mulher, podendo gerar medo, ansiedade e insegurança. Nesta fase, mulher e bebê são protagonistas de um processo invisível um ao outro e, apesar de sentir o bebê, suas características são desconhecidas. A mãe geralmente imagina seu bebê e nessa trama subjetiva vão sendo tecidos o vínculo pré-natal entre mãe e filhos. A arte da pintura do ventre materno se revela como uma prática de cuidado que pode potencializar a criação de vínculo mediante a maior interação da mãe com o bebê. Objetivo: Relatar a experiência de realização de atividade de pintura do ventre materno com gestantes do distrito de Cachoeirinha em Viçosa-MG. Metodologia: A prática foi realizada na Estratégia de Saúde da Família local, no dia 14/11/2018, tendo contado com um total de seis grávidas e nove graduandos do 2º período do curso de enfermagem da Universidade Federal de Viçosa. O encontro durou 2h e 30min. Foram utilizadas tinta corporal e dinâmica de interação, além da participação do grupo “Gestavida”. Resultados: A prática permitiu que a mãe vivenciasse melhor a interação com o bebê, sobretudo na imaginação de suas fisionomias, proporcionando um momento descontraído e de relaxamento. Mediante a isso, pode-se conquistar uma confiança ainda maior com a gestante, possibilitando um melhor diálogo entre ela e os estudantes, sendo este um fator importante para a coleta de dados que antes não haviam sido acessados. Todavia, a prática não teve adesão total das participantes, principalmente por ser um exercício que demandava exposição do corpo para um grupo de discentes que, até o momento, era desconhecido. Conclusão: Foi possível perceber maior abertura das gestantes com a equipe de saúde por meio de atividades lúdicas, revelando um potencial prático a ser aplicado no cotidiano das instituições, a fim de estreitar os laços com as pacientes e concretizar ainda mais um cuidado consciente e humanizado. Outrossim, seria necessário novas articulações que proporcionassem uma maior adesão das grávidas, especialmente no âmbito da insegurança corporal, impedindo assim a limitação da criação de vínculos. |