Resumo |
Introdução: Dentre as causas perinatais de mortalidade infantil, 61,4% estão associadas à prematuridade, como síndrome de sofrimento respiratório, hipóxia, entre outros. Crianças prematuras e com baixo peso ao nascer apresentam risco de mortalidade superior a de crianças nascidas com peso ≥ 2.500g e com mais de 37 semanas. O baixo peso ao nascer e a prematuridade são os fatores mais importantes na determinação da mortalidade neonatal, por isso, é preciso que as ações de saúde pública sejam efetivas para prevenção e controle desse agravo. Objetivo: Avaliar a prevalência de prematuridade e baixo peso ao nascer de crianças atendidas por um Programa de Apoio à Lactação. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, realizado através da análise de prontuários de 1.408 crianças assistidas por um Programa de Apoio à Lactação do município de Viçosa, Minas Gerais. Foram determinadas as frequências de nascimento pré-termo e baixo peso ao nascer entre os anos de 2003 a 2017. A prematuridade foi definida como idade gestacional ≤ 37 semanas, e o peso ao nascer foi classificado como adequado quando > 2500 gramas, segundo a Organização Mundial da Saúde (2004). Os dados foram processados no software SPSS (versão 23.0). Para caracterizar a amostra foram utilizadas medidas de tendência central e dispersão, além de frequências absolutas e relativas. Resultados: Dentre as crianças avaliadas, 50.9% (n=716) eram do sexo masculino. Ao longo dos anos, o peso ao nascer mediano foi de 3.172 gramas (625-5012 gramas), sendo que 7.5% (n=106) apresentaram baixo peso ao nascer. Além disso, a idade gestacional mediana foi de 39 semanas (20 – 42 semanas), sendo que 19.7% (n=277) nasceram com idade gestacional ≤ 37 semanas. Os valores percentuais de inadequação apresentados entre 2003 e 2017 para a idade gestacional foram: 2003: 29.3%; 2004: 25.3% ; 2005: 20.8%; 2006: 16.6% (; 2007: 18.4%; 2008: 15.2%; 2009: 21.4%; 2010: 27.3%; 2011: 21.1%; 2012: 39.3% ; 2013: 12.2% ; 2014: 20.8% ; 2015: 17.6%; 2016: 20.3% ; 2017: 9.9% . Já o baixo peso ao nascer, apresentou as seguintes prevalências entre os anos de 2003 a 2017: 2003: 5.2%; 2004: 9.3%; 2005: 9.5%; 2006: 4.4%; 2007: 5.3%; 2008: 8.1%;2009: 11.9%; 2010: 9,1%; 2011: 5.3%;2012: 21.4%; 2013: 3.7%; 2014: 5.7%; 2015: 4.2%; 2016: 11.4%; e 2017: 4.5% . Conclusões: Foram observadas elevadas prevalências de baixo peso ao nascer e prematuridade entre as crianças acompanhadas pelo PROLAC, evidenciando um importante problema de saúde pública. Embora o número de casos tenha reduzido até 2017, comparado aos anos anteriores, o adequado acompanhamento pré-natal é fundamental para identificação e prevenção dos fatores de risco associados à prematuridade e ao baixo peso nascer, visto que estes se relacionam diretamente com o risco de mortalidade infantil. |