Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

21 a 25 de outubro de 2019

Trabalho 11612

ISSN 2237-9045
Instituição IFMG - Campus Avançado Ponte Nova
Nível Ensino médio
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Ciências Humanas
Setor Departamento de Ciências Sociais
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro Outros
Primeiro autor Matheus Willian Araújo Alves
Orientador José Costa Júnior
Título Desmembrando a violência: As raízes biossociais do comportamento violento
Resumo A etiologia de uma ampla gama de comportamentos violentos, em termos generalizados, é um dos temas de pesquisa mais debatidos nas discussões intelectuais modernas, sobretudo em consequência das diversas implicações da violência nas sociedades. Sabe-se que ao longo dos últimos séculos, os cientistas sociais analisaram diversos fatores sociais, direta ou indiretamente associados ao comportamento antissocial, no entanto, em resultado do desenvolvimento tecnológico, na década de 1990, geneticistas e neurocientistas publicaram os primeiros estudos evidenciando a existência de aspectos biológicos na predisposição de um indivíduo ao desenvolvimento dos comportamentos em questão.Entre esses pesquisadores, Adrian Raine, professor nos departamentos de criminologia, psiquiatria e psicologia da Penn State University, nos Estados Unidos, é um dos mais renomados. Em 1994, o mesmo, juntamente a outros pesquisadores, detectou, através da utilização de um método de neuroimagem denominado PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons), que o cérebro de 22 assassinos (em maior parte), em comparação a 22 controles não-assassinos, possuía menor metabolismo de glicose no córtex pré-frontal (região cerebral com inervações em estruturas subcorticais associadas ao desenvolvimento de reações e comportamentos agressivos, como a amígdala e o hipocampo) lateral e medial (Raine et al., 1994), o que, como reproduzido por estudos publicados posteriormente (Raine et al.,1997; Raine et al.,1998; etc), tem diversos correlatos comportamentais, dentre tais efeitos, uma incrementação nos níveis de impulsividade e atenuações no funcionamento executivo dos indivíduos.
Nesta conjectura, também descobriu-se que polimorfismos na região promotora do gene MAOA (atenuando a síntese da proteína monoamina oxidase A, associada ao gene) e no gene em si, estão associados a um aumento da propensão ao desenvolvimento de comportamentos violentos (Brunner et al., 1993; etc). Fatores sociais, como se um determinado indivíduo é ou não severamente maltratado na infância, entram em interação com a predisposição biológica subjacente, aumentando ou atenuando a propensão dos seres humanos ao desenvolvimento de comportamentos violentos (Caspi et al., 2002; etc). Tais descobertas científicas fragmentam paradigmas pré-existentes e desencadeiam uma série de questionamentos, dentre os quais tem-se: O livre arbítrio existe? Os criminosos devem ser absolvidos de suas potenciais sentenças judiciais? Quais as implicações das pesquisas biossociais nessa área?
Nesse sentido, o presente trabalho busca, a partir de uma ampla pesquisa bibliográfica, desenvolver um diálogo entre filosofia e ciências, a partir da avaliação de questões tradicionais da filosofia à luz de informações e conhecimentos desenvolvidos por hipóteses biocientíficas contemporâneas, em correlação ao tema e aos subtemas da violência.
Palavras-chave Violência, filosofia, neurociências
Forma de apresentação..... Oral, Painel
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