ISSN | 2237-9045 |
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Instituição | IFMG - Campus Avançado Ponte Nova |
Nível | Ensino médio |
Modalidade | Pesquisa |
Área de conhecimento | Ciências Humanas e Sociais |
Área temática | Ciências Humanas |
Setor | Departamento de Ciências Sociais |
Bolsa | Outros |
Conclusão de bolsa | Sim |
Apoio financeiro | Outros |
Primeiro autor | Matheus Willian Araújo Alves |
Orientador | José Costa Júnior |
Título | Desmembrando a violência: As raízes biossociais do comportamento violento |
Resumo | A etiologia de uma ampla gama de comportamentos violentos, em termos generalizados, é um dos temas de pesquisa mais debatidos nas discussões intelectuais modernas, sobretudo em consequência das diversas implicações da violência nas sociedades. Sabe-se que ao longo dos últimos séculos, os cientistas sociais analisaram diversos fatores sociais, direta ou indiretamente associados ao comportamento antissocial, no entanto, em resultado do desenvolvimento tecnológico, na década de 1990, geneticistas e neurocientistas publicaram os primeiros estudos evidenciando a existência de aspectos biológicos na predisposição de um indivíduo ao desenvolvimento dos comportamentos em questão.Entre esses pesquisadores, Adrian Raine, professor nos departamentos de criminologia, psiquiatria e psicologia da Penn State University, nos Estados Unidos, é um dos mais renomados. Em 1994, o mesmo, juntamente a outros pesquisadores, detectou, através da utilização de um método de neuroimagem denominado PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons), que o cérebro de 22 assassinos (em maior parte), em comparação a 22 controles não-assassinos, possuía menor metabolismo de glicose no córtex pré-frontal (região cerebral com inervações em estruturas subcorticais associadas ao desenvolvimento de reações e comportamentos agressivos, como a amígdala e o hipocampo) lateral e medial (Raine et al., 1994), o que, como reproduzido por estudos publicados posteriormente (Raine et al.,1997; Raine et al.,1998; etc), tem diversos correlatos comportamentais, dentre tais efeitos, uma incrementação nos níveis de impulsividade e atenuações no funcionamento executivo dos indivíduos. Nesta conjectura, também descobriu-se que polimorfismos na região promotora do gene MAOA (atenuando a síntese da proteína monoamina oxidase A, associada ao gene) e no gene em si, estão associados a um aumento da propensão ao desenvolvimento de comportamentos violentos (Brunner et al., 1993; etc). Fatores sociais, como se um determinado indivíduo é ou não severamente maltratado na infância, entram em interação com a predisposição biológica subjacente, aumentando ou atenuando a propensão dos seres humanos ao desenvolvimento de comportamentos violentos (Caspi et al., 2002; etc). Tais descobertas científicas fragmentam paradigmas pré-existentes e desencadeiam uma série de questionamentos, dentre os quais tem-se: O livre arbítrio existe? Os criminosos devem ser absolvidos de suas potenciais sentenças judiciais? Quais as implicações das pesquisas biossociais nessa área? Nesse sentido, o presente trabalho busca, a partir de uma ampla pesquisa bibliográfica, desenvolver um diálogo entre filosofia e ciências, a partir da avaliação de questões tradicionais da filosofia à luz de informações e conhecimentos desenvolvidos por hipóteses biocientíficas contemporâneas, em correlação ao tema e aos subtemas da violência. |
Palavras-chave | Violência, filosofia, neurociências |
Forma de apresentação..... | Oral, Painel |