Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

21 a 25 de outubro de 2019

Trabalho 11597

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Ensino
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ciências Biológicas
Setor Departamento de Medicina e Enfermagem
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro Outros
Primeiro autor Marina Bonani Montingelli
Orientador VIRGINIA VINHA ZANUNCIO
Outros membros Lívia de Castro Sant Anna
Título Granuloma de Majocchi: forma profunda e rara de dermatofitose causada pelo uso inadequado de corticóide: relato de caso
Resumo Relato de caso: Paciente masculino, 66 anos, coronariopata, hipertenso e portador de psoríase há 3 anos, compareceu a Unidade de Atendimento Especializado em Saúde de Viçosa (UAES), com queixa de lesão dolorosa com crescimento centrífugo, em face extensora do antebraço esquerdo, há 4 meses. Havia feito uso de antibiótico sistêmico (amoxicilina com clavulanato) e tópico (gentamicina creme) associado a corticóide (dipropionato de betametasona creme) com piora da lesão desde então. Ao exame físico, apresentava placa eritemato-infiltrada com pápulas e nódulos na periferia e diâmetro de 15cm. Foi realizada biópsia incisional e solicitado exame anatomopatológico que mostrou processo inflamatório com abscessos relacionados ao folículo piloso, sugestivo de granuloma de Majocchi. O tratamento foi realizado com antifúngico sistêmico (itraconazol) por 30 dias com melhora do quadro. O Granuloma de Majocchi (GM) é uma forma profunda e rara de dermatofitose causada pelo uso inadequado de antibióticos e corticóides nas tinhas. Elas acometem superficialmente a epiderme, enquanto o GM tem acometimento de derme e subcutâneo. O granuloma foi originalmente descrito como uma lesão que ocorre no terço distal de mulheres que se depilam, mas hoje já se sabe que pode acometer outros sítios, principalmente em crianças e homens, como nosso paciente. Esta dermatofitose tem como lesão inflamatória inicial um nódulo pápulo-pustuloso, que evolui progressivamente para nódulos granulomatosos cutâneos e subcutâneos. As lesões podem apresentar áreas necróticas, eritematosas, descamativas e podem ser únicas, múltiplas ou, até, confluentes. O histopatológico mostra células epitelióides, células gigantes, linfócitos e leucócitos polimorfonucleados, provavelmente, devido a ruptura de folículos infectados na derme e subcutâneo (por isso o termo granuloma). Os elementos fúngicos podem estar presentes ou não. Em geral, o principal agente etiológico é o Trichophytom rubrum, patógeno colonizador da epiderme humana. Deste modo, a dermatofitose surge por uma resposta imune anômala ou por uma quebra da função de barreira da pele. Logo, fica evidente que o uso inadequado do antimicrobiano e de corticóides tópicos, em casos de dermatofitose, pode mascarar o diagnóstico inicial desta dermatose, visto que altera a microbiota e defesa local favorecendo o aparecimento do GM. Por conseguinte, é imprescindível para a comunidade e os profissionais de saúde a ciência de que estas medicações devem ser utilizadas de forma racional, a fim de não confundir um diagnóstico difícil, nem induzir resistência bacteriana posterior.
Palavras-chave dermatofitose, antibióticos, corticóide
Forma de apresentação..... Painel
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