Resumo |
Introdução: A realização da lavagem (flushing) do cateter venoso periférico (CVP) com solução fisiológica 0,9% antes, entre, após administrações de medicamentos e após punção venosa é um cuidado de enfermagem com o objetivo de prevenir a obstrução e manter a permeabilidade do CVP. Objetivo: Analisar as práticas de enfermagem relacionadas com o flushing no CVP. Metodologia: Estudo transversal, com aplicação de questionário aos enfermeiros e auxiliares/técnicos de enfermagem de um hospital filantrópico no interior de Minas Gerais. Os dados foram coletados em abril/2019 e analisados no software IBM SPSS Statistics, através de estatística descritiva. Atendidos os requisitos de ética para a pesquisa envolvendo seres humanos. Resultados: participaram do estudo 78 profissionais da equipe de enfermagem, sendo 1 auxiliar de enfermagem (1,3%), 67 técnicos de enfermagem (85,9%) e 10 enfermeiros (12,8%). A maioria dos participantes eram do sexo feminino (76,9%), 20,5% do sexo masculino e 2,6% se abstiveram. A maioria dos profissionais participaram de educação permanente sobre flushing (59%) em algum momento da atividade profissional. A lavagem do CVP (flushing) era realizada por 88,5% dos participantes sendo que as mais prevalentes foram nas seguintes situações: após a administração de medicamentos (17,9%), após a punção venosa periférica (17,9%), antes da administração de medicamentos (17,9%) e após administrar o último medicamento (17,9%). Seringas utilizadas para realizar o flushing no CPV: seringa de 5 ml (6,5%), seringa de 10 ml (87%) e seringa de 20 ml (6,5%). A maioria dos profissionais (52,6%) utilizavam o volume de 10 ml de SF 0,9% durante o flushing. Técnicas mais utilizadas na realização do flushing: pressão contínua no êmbolo da seringa, seguida de pressão positiva (34,6%) e push-pause associada a pressão contínua (24,4%). Conclusão: As práticas de enfermagem relacionadas com o flushing no CVP envolviam a utilização de seringas com capacidade de 10 e 20 ml e volume de 10 ml de soro fisiológico 0,9%, pela maioria dos profissionais de enfermagem, antes e após a administração de cada medicamento ou hemocomponentes, a fim de comprovar a permeabilidade do CVP, evitar incompatibilidades e eliminar resíduos de medicamentos. No entanto, nem todos os profissionais realizavam o flushing no CVP em todas situações recomendadas pelas evidências científicas. O flushing no CVP era, também, realizado após a inserção do CVP para confirmar a permeabilidade do cateter e prevenir a obstrução, devido ao refluxo de sangue no lúmen do CVP durante a punção venosa. Verificou-se que os membros da equipe de enfermagem realizavam diferentes práticas de enfermagem, portanto, faz-se necessária a elaboração de um procedimento operacional padrão (POP) e a capacitação dos profissionais para a realização do flushing, para melhorar as práticas de enfermagem e prevenir a obstrução do CVP. |