Resumo |
Na contemporaneidade, observa-se mudanças nos hábitos alimentares, estresse e transições demográficas, epidemiológicas e nutricionais que geram consequências como aumento na prevalência de doenças crônicas não transmissíveis. Essas doenças necessitam de um tratamento medicamentoso eficiente e um plano alimentar que se adeque às restrições alimentares de cada caso, objetivando evitar possíveis complicações e melhoria na qualidade de vida. No caso de um tratamento ineficiente, esses pacientes podem apresentar complicações como a insuficiência renal, o aumento do colesterol, entre outras, o que restringiria ainda mais a dieta desses indivíduos. Além disso, portadores de doenças autoimunes, como diabéticos, possuem maior predisposição a adquirir outras patologias, como doença celíaca, que é autoimune e se manifesta após o contato do paciente predispostos geneticamente com o glúten. O objetivo desse trabalho foi analisar qualitativamente preparações salgada, “doce” e líquida, desenvolvidas para um indivíduo acometido por diversas patologias e restrições alimentares. As preparações foram elaboradas por alunos de graduação para uma atividade avaliativa da disciplina “técnica dietética II” do curso de Nutrição na Universidade Federal de Viçosa, as mesmas foram avaliadas e aceitas, sensorialmente, por uma banca de profissionais da área da saúde. O público alvo dessa atividade foram pacientes adultos, celíacos, em hemodiálise, diabéticos, hipertensos e com colesterol elevado, e se justifica pela necessidade de elaboração de um plano alimentar que seja adequado à pacientes com diversas restrições alimentares e promova a recuperação e manutenção da saúde, bem-estar e qualidade de vida. As preparações sugeridas foram a Torta de Grão de Bico com Legumes, Creme de Manga com Coco e como bebida, o Suchá de Melancia e Hortelã. Na preparação salgada a massa de grão de bico foi usada como substituta à massa convencional à base de farinha de trigo, conferindo uma textura semelhante e retirando, assim, o glúten da receita. Além disso, as fibras e as proteínas encontradas na leguminosa, por conta da digestão mais lenta, auxiliam no controle da glicemia evitando picos glicêmicos. Já na preparação “doce”, a manga confere o sabor adocicado, sem a necessidade de açúcar de adição, enquanto o coco além de garantir um perfil lipídico mais saudável, possui diversas vitaminas, inclusive as do complexo B que previnem a neuropatia, complicação comum em pacientes diabéticos. Por fim, a melancia possui betacaroteno, que em nosso organismo, é transformado em vitamina A, benéfica para a saúde dos olhos, pois auxilia na prevenção da ocorrência da degeneração macular relacionada com a idade, e o hortelã acrescentou frescor a bebida. Os resultados sugerem que as preparações foram adequadas para pacientes que possuem as diversas restrições alimentares descritas. |