Resumo |
Durante a minha formação acadêmica participei do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) Pedagogia/UFV, no subprojeto Educação Especial voltado a prática da educação inclusiva. Entre os alunos que eram atendidos nesta área estão os que apresentam distúrbio de aprendizagem (DA), caracterizado por problemas de processamento da informação e com respostas inferiores ao seu potencial cognitivo, sem déficit da inteligência. A dislexia, um DA, é uma falha no processamento da habilidade da leitura e da escrita durante o desenvolvimento. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é relatar as intervenções pedagógicas visando a melhoria da aprendizagem de um aluno disléxico e com defasagem em cálculos. A minha atuação ocorreu durante um ano, sendo duas vezes por semana em jornada integral, em uma turma do 4º ano do ensino fundamental de uma escola estadual de Viçosa. As observações participantes foram registradas descritivamente em relatório pós-evento.O aluno, com 9 anos de idade, cursava o 4º ano do ensino fundamental de uma escola estadual de Viçosa. As principais defasagens na escrita eram: troca da grafia de letras, omissões, acŕescimos e dígrafos nas palavras, separação de sílabas, produção textual só com frases simples e curtas. Sua leitura era silabada e não compreendia o que lia. Nas atividades matemáticas reconhecia os números mas realizava os cálculos e resolução de problemas com imprecisão. A minha atuação na turma do aluno foi de acompanhar e prover sugestões para as atividades acadêmicas, duas vezes por semana, em jornada integral. As observações participantes foram registradas descritivamente em relatório pós-evento. A partir das dificuldades apresentadas pelo aluno foram desenvolvidas estratégias e recursos, visando superar os obstáculos que se contrapunham ao seu desenvolvimento. Na escrita os recursos foram: quebra-cabeça com palavras, frases e figuras, para estimular a memória visual e léxico mental; separação de sílabas ao ritmo de palmas ampliando a memória e consciência fonológica com a pronúncia pausada para associação dos sons; narrativa oral do aluno e escrita pela graduanda com posterior escrita de frases e incentivos para ampliação textual para fazer uma rota fonológica. O bingo de letras e trilha com frases estimularam a memória visual e apropriação do sistema alfabético na leitura, com a interpretação de textos por trechos. Na matemática foram utilizados material dourado, gráficos e quadro posicional para as operações matemáticas. O trabalho com as estratégias e recursos favoreceu a assimilação dos grafemas/fonemas, interpretação textual e mais acertos nas operações matemáticas, possibilitando que o aluno realizasse as atividades propostas com maior interesse e compreensão. A aprendizagem escolar pode ser desenvolvida com todos os alunos e requer do professor diversificar estratégias e recursos, a fim de respeitar o estilo de aprendizagem do educando, contribuindo para exercer o ensino inclusivo. |