Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

21 a 25 de outubro de 2019

Trabalho 11532

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Ciências Humanas
Setor Departamento de História
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Nydna da Costa
Orientador ANGELO ADRIANO FARIA DE ASSIS
Título Da tradição à guerra justa: uma reflexão sobre a formação de símbolos e justificativas.
Resumo O que será apresentado é uma comparação entre os aspectos políticos presentes na obra de Diogo do Couto e os aspectos religiosos presentes nos sermões do Padre Antônio Vieira, durante o século XVI e XVII. A temática da guerra santa, suas diferentes simbologias para diferentes ocupações dos escritores no Império, será o foco principal. Podemos perceber na leitura das fontes que haviam temas em voga na discussão de ambos, como a moralidade, a escolha para cargos públicos, a administração das colônias e a cobiça. Porém, a percepção sobre as causas e justificativas da guerra se diferenciam, sendo ou mais políticas, ou mais religiosas. Os objetivos são comparar as percepções sobre guerra justa vindas de diferentes experiências vividas; pensar sobre o papel de moralização dos sermões de Padre Antônio Vieira no Brasil Colônia e como a guerra justa estava inserida neste contexto; pensar o caráter de denúncia do livro de Diogo do Couto e de como a guerra justa seria uma possível solução para esta decadência no Império Português do Oriente. Os resultados se deram a partir da análise das fontes, juntamente com uma bibliografia de apoio, visando a guerra justa. Concomitantemente, foi feita uma comparação entre essas duas interpretações, buscando semelhanças e diferenças, pensando nos diferentes lugares de fala dos autores, para assim entender suas percepções sobre o assunto central. Para discorrer sobre os resultados percebidos nessa pesquisa, usaremos o livro "Diálogo do Soldado Prático", de Diogo do Couto de 1564, assim como alguns sermões do Padre Antônio Vieira, sendo eles "Sermão da Quarta Dominga da Quaresma"’ de 1657, "Sermão do Espírito Santo", de 1657 e "Sermão da Epifania", de 1661. Um aspecto que pode ser comparado é a questão do abandono da população: enquanto Diogo denuncia o descaso com o povo de Goa, Vieira denuncia a escravidão ilegal dos indígenas no Brasil. De todos os assuntos estudados, a guerra é aquela em que os autores mais se diferenciam. Ambos são a favor da guerra justa, porém, esta tem justificativas diferentes para cada um. Diogo do Couto vê a guerra como a solução para a decadência do reino português em Goa, seus valores e princípios trazidos por soldados veteranos, que se reconquistaria o sucesso. Por outro lado, Padre Antônio Vieira vê a guerra como a possibilidade da evangelização dos gentios, fazendo assim a vontade divina, o que por sua vez traria sucesso à capitania. Assim, a espada deveria ser acompanhada pela pregação, para que a guerra tivesse seus princípios éticos cristãos. O que podemos perceber é que os autores têm, sim, muitas diferenças em suas visões, sendo uma voltada para a política, e outra voltada para a religiosidade. O interessante é que mesmo com as diferenças de percepções e de localidade, eles pensam – fruto de sociedades de antigo regime – na guerra justificada como solução para os entraves, e veem na má escolha dos representantes o maior problema que se pode enfrentar.
Palavras-chave guerra justa, simbologia, Império Português
Forma de apresentação..... Oral
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