Resumo |
A redução da dimensionalidade de objetos macroscópicos semicondutores, os chamados “bulks”, para a fabricação de nanoestruturas semicondutoras como os pontos quânticos (quase zero-dimensionais) têm ganhado destaque. Os pontos quânticos, também conhecidos como nanocristais semicondutores, apresentam uma discretização em seus níveis energéticos, devido ao efeito de confinamento sofrido pelo par elétron-buraco em suas três dimensões. Uma das várias propriedades ópticas e eletrônicas apresentadas pelo nanocristal semicondutor é a fluorescência, que apresenta uma dependência direta entre o comprimento de onda de emissão e o tamanho da estrutura, isto é, o deslocamento do pico de emissão para maiores energias, menores comprimentos de onda, na medida que se diminui o tamanho do ponto quântico. Tais características a tornam propícias para diversas aplicações, dentre elas temos: marcadores biológicos, lasers, fotodetectores, LED’s, memórias para computadores, sensores, células solares e displays. Esta pesquisa foca na produção de nanocristais de CdTe em meio aquoso, via rotas químicas (os chamados pontos quânticos coloidais) para a aplicação em sistemas biológicos como bioindicadores. Utilizou-se de uma rota alternativa para obtenção do percursor de Te, via sulfito de sódio, sendo este o principal diferencial desta síntese. As caracterizações feitas no laboratório de amostras da UFV, utilizando um espectrômetro Ocean Optics USB 4000, possibilitaram a análise dos espectros de fotoluminescência com objetivo de determinar o deslocamento da emissão devido ao crescimento do cristal. Os resultados obtidos mostram que o pico de emissão dos pontos quânticos produzidos apresenta um deslocamento para vermelho à medida que o tempo de refluxo aumenta (e os nanocristais crescem). Perspectivas futuras incluem a utilização da síntese para produção de pontos quânticos dopados (CdMnTe) e a silanização dos pontos quânticos obtidos para suprimir sua toxicidade e aplicá-los em estudo de amostras. |