Resumo |
Essa pesquisa conta com a parceria dos Grupos de Pesquisa: Planejamento Ergonômico do Trabalho (ERGOPLAN) e Risco Social e Envelhecimento (RISOEN) e tem como foco o “Envelhecimento Ativo”, mais especificamente o fenômeno do envelhecimento nas organizações de trabalho. Poucos são os estudos relacionados aos impactos dessa nova conformação nas relações de trabalho. Alguns estudos, relacionados em especial às ciências sociais, buscam compreender os impactos econômicos no país considerando a População Economicamente Ativa (PEA), além da seguridade social. Mas, cabe salientar que uma questão importante, que tem se feito presente na atualidade, é o que se convencionou chamar de ageísmo. Tal expressão denota preconceito com a pessoa idosa. É comum que indivíduos jovens ingressem no mercado de trabalho com um alto nível de formação e atualizados. Já os trabalhadores mais velhos, apesar de apresentarem menor nível de formação, demonstram experiência na execução de suas atividades e fazem opção de continuar trabalhando mesmo tendo idade para se aposentar. Diante disso, objetivou-se com esse estudo: caracterizar o perfil socioeconômico do idoso inserido no mercado de trabalho; entender o cotidiano da pessoa idosa frente à situação de trabalho vivenciada; verificar o que motivou a decisão de permanecer trabalhando na mesma atividade laboral em outra Organização de Trabalho, após ter aposentado, e verificar como a pessoa idosa se preparou para efetivar o “aprendizado ao longo da vida” um dos pilares do envelhecimento ativo da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para tanto foi utilizada a metodologia de história oral de vida temática, que retrata o processo de envelhecimento no mercado de trabalho. Foram entrevistados trabalhadores idosos, com 60 anos ou mais, da UFV que poderiam aposentar, mas que continuam executando suas atividades sejam eles terceirizados ou não. A partir das análises iniciais é possível observar a importância do trabalho em suas vidas com a perspectiva de permanência mesmo com idade e tempo de serviço necessários para o processo de aposentadoria. Também foi possível verificar que, principalmente, os técnico-administrativos optaram pela permanência por questões pessoais como a não aposentadoria integral, a necessidade do dinheiro, não ter o que fazer após aposentadoria e até mesmo o abandono. Dessa forma, preliminarmente pode-se dizer que, em algumas situações, a opção de não aposentar vai além da questão financeira, estando ligada ao aspecto emocional. |