Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

21 a 25 de outubro de 2019

Trabalho 11472

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Ciências Humanas
Setor Departamento de Geografia
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Dayana Debossan Coêlho
Orientador MARIA ISABEL DE JESUS CHRYSOSTOMO
Título A política habitacional em Viçosa (MG) na ditadura militar: marcos para uma reflexão
Resumo A questão urbana e a questão habitacional são um dos grandes desafios colocados para a
sociedade brasileira. No decorrer de quarenta anos, notadamente no período que se
estendeu de 1940 aos anos de 1980, a população brasileira galgou da condição de
predominantemente rural para majoritariamente urbana. Este processo de urbanização
ocorreu sob os augúrios de um modelo de desenvolvimento urbano segregador, que
privou as faixas de menor renda da sociedade de condições básicas de urbanidade, isto
é, de inserção efetiva na cidade. A problemática da moradia, no âmbito das contradições
da sociedade urbana, é um dos componentes de um conjunto de precariedades e
exclusões nas condições de existência da população trabalhadora expropriada dos meios
de sua própria reprodução. Neste trabalho buscou-se analisar o espaço urbano
viçosense em um dado momento histórico. Adotou-se o ano de 1964 como início para a
investigação das intervenções urbanas do Banco Nacional de Habitação, um dos
principais promotores das políticas habitacionais nesta conjuntura. As análises
terminaram no ano de 1986, quando o banco foi extinto. Esta pesquisa tem por
objetivo entender a dimensão geográfica das políticas habitacionais efetivadas no
período de 1964 a 1986 em Viçosa (MG). Buscando atingir tal propósito e demais
questionamentos suscitados, foi necessário percorrer distintos caminhos
metodológicos, que perpassaram levantamentos nos principais jornais da cidade, no
conjunto legislativo, no acervo do Arquivo Central e Histórico da Universidade Federal
de Viçosa, na consulta aos livros UFV oito décadas em fotos e Viçosa de Ontem e nos
registros bibliográficos. Em Viçosa, o direito à cidade foi violado através da exaltação
da cidade-mercadoria, que negou a realidade urbana enquanto obra de certos agentes
históricos e a concebeu como produto de apenas determinados atores (proprietários de
terra, incorporadores imobiliários e Estado). Quem efetivamente construiu a cidade (os
trabalhadores) não era tido como agente produtor do urbano. A disputa de projetos
antagônicos fez com que o direito à moradia se subtraísse em benefício de interesses
privados e de mercado. Tal direito também foi desrespeitado através da negação do
urbano enquanto local de encontro, na medida em que o processo de privatização dos
espaços limitou o convívio e fez com que a necessidade de moradia, na qualidade de
valor de uso, fosse subordinada ao valor de troca, pelo comércio e pelo lucro.
Palavras-chave Estado, política habitacional, direito à moradia
Forma de apresentação..... Oral, Painel
Gerado em 0,67 segundos.