Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável
21 a 25 de outubro de 2019
Trabalho 11466
| ISSN | 2237-9045 |
|---|---|
| Instituição | Universidade Federal de Viçosa |
| Nível | Graduação |
| Modalidade | Pesquisa |
| Área de conhecimento | Ciências Humanas e Sociais |
| Área temática | Linguística, Letras e Artes |
| Setor | Departamento de Letras |
| Conclusão de bolsa | Não |
| Primeiro autor | Hilen Pulinho Alves |
| Orientador | GABRIELA DA SILVA PIRES |
| Título | A construção concessivo-comparativa como estratégia avaliativa de estereótipos |
| Resumo | A presente pesquisa tem como escopo o estudo da construção gramatical concessivo-comparativa, esquematizada pela estrutura “ATÉ QUE PARA/PRA X, Y”, instanciada em “Até que pra um baiano você não teve preguiça de explicar” (site: reddit.com). Nessa construção, X é um Sintagma Nominal (SN) introduzido pelo artigo indefinido “um” e Y é um segmento que introduz uma ideia contrária – assumida socialmente como conflitante – àquela apresentada em X. Através de pressupostos teóricos da Linguística Cognitiva - mais especificamente a Gramática das Construções (GOLDBERG, 1995) e Semântica de Frames (FILLMORE, 1982) - e da Teoria da Avaliatividade (MARTIN & WHITE, 2005), buscamos (i) descrever e caracterizar a construção em relação às instâncias efetivamente encontradas nos dados; (ii) verificar os recursos avaliativos empregados nos enunciados; e (iii) compreender a produtividade linguística da construção e seu alinhamento com a perpetuação de estereótipos. Objetivamos, ainda, elucidar questões discursivas, linguísticas, socioculturais e cognitivas; compreendendo a forma como a linguagem humana está intimamente ligada à nossa percepção do mundo. Na presente pesquisa, apresentamos um panorama inicial sobre os pressupostos teóricos da Linguística Cognitiva que dão suporte ao estudo e análise da construção, abordando concomitantemente a concessividade e comparação implícita presentes nessa. Ademais, partindo do entendimento de que tal construção tem seu emprego condicionado a fatores contextuais, extralinguísticos, o estudo é feito através de instâncias reais, observando como os usuários da língua utilizam a referida construção para se posicionarem frente aos acontecimentos e sujeitos do mundo biossocial. Como procedimento metodológico, a pesquisa é feita por meio da busca sistemática, em diversos websites da internet, de expressões linguísticas do tipo: “até que para/pra um (SN)”, na qual o SN é um termo introdutor de estereótipo, como, por exemplo, “garoto”, “gay”, “baiano”, “preto”, “pedreiro” e “gordo”. Os dados obtidos são catalogados, refinados e analisados com base nos pressupostos teóricos. A coleta feita até o presente momento totalizou 45 enunciados, divididos por questões metodológicas em eixos de masculinidade, orientação sexual, questões regionais, raciais e sociais. A análise dos dados tem sinalizado a relação da construção concessivo-comparativa alinhada à quebra de expectativas de concepções pertencentes aos eixos de estereotipagem selecionados. Esperamos que os resultados finais demonstrem com clareza de evidência a forma como os usuários da língua utilizam da construção concessivo-comparativa como forma de reafirmar questões ligadas a estereótipos compartilhados socialmente no contexto brasileiro, corroborando com nossa proposição inicial. |
| Palavras-chave | Gramática das Construções, Teoria da Avaliatividade, Estereótipo |
| Forma de apresentação..... | Painel |