Resumo |
A torrefação da biomassa se assemelha a uma pirólise lenta, submetendo o material à determinada temperatura com restrição de oxigênio e eliminando parte dos compostos voláteis, aumentando o conteúdo de carbono e poder calorífico, além de reduzir a umidade de equilíbrio higroscópico. O objetivo foi avaliar as propriedades energéticas de resíduos de painéis MDF com revestimento após a torrefação. Foram utilizados resíduos de painéis MDF (medium density fiberboard) com revestimento provenientes de descarte de marcenaria, cortados nas dimensões de 1,8 x 1,8 x 1,8 cm e secos em estufa com circulação de ar forçada a uma temperatura de 103 ± 2 °C até alcançarem massa constante, ou seja, 0% de umidade na base seca. A torrefação foi realizada em um forno elétrico tipo mufla modelo GP Científica-2000 com capacidade de armazenamento de 0,27 m³. Dentro da mufla foi instalado um recipiente metálico para limitar a entrada de oxigênio. Para a torrefação, 400 gramas de material foram utilizadas, sendo aplicada a temperatura de 300 °C e tempo de 30 minutos. A densidade aparente das biomassas in natura e torreficada foi determinada a partir da medição direta de todos os corpos-de-prova, pela divisão da sua massa pelo volume correspondente. Amostras foram moídas em um moinho de facas e peneiradas em peneiras de 40 e 60 mesh, sendo utilizada a fração retida na peneira de 60 mesh para realização do poder calorífico superior, que foi obtido de acordo com a norma EN 14918/2010, utilizando uma bomba calorimétrica adiabática. Os resultados foram submetidos à análise de variância e quando estabelecidas diferenças significativas, aplicou-se o teste de Tukey, a 5% de probabilidade de erro. A torrefação à temperatura de 300 °C e tempo de 30 minutos modificou propriedades dos resíduos, diminuindo a densidade aparente (de 0,63 g.cm-3 para 0,57 g.cm-3) e aumentando o poder calorífico superior (de 4636,0 kcal.kg-1 para 4733,0 kcal.kg-1), indicando, possivelmente, melhor condição para o uso energético. |