Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

21 a 25 de outubro de 2019

Trabalho 11457

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Agrárias
Área temática Ciências Sociais Aplicadas
Setor Departamento de Economia Rural
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Lais Rosa Oliveira
Orientador DENIS ANTONIO DA CUNHA
Outros membros GABRIELLE FERREIRA PIRES
Título Conhecimento, Percepção Climática e Comportamento Pró-ambiental na Agricultura Familiar
Resumo O Brasil desempenha importante papel na oferta global de alimentos. Ao mesmo tempo, a agropecuária nacional responde por mais de um terço das emissões brasileiras de gases causadores de efeito estufa (GEE). Assim, é fundamental que o país mantenha seu bom desempenho agrícola, mas em bases sustentáveis. O alcance desse objetivo depende do comportamento pró-ambiental dos agricultores, o qual, por sua vez, tem relação direta com sua percepção das mudanças climáticas e conhecimento sobre o fenômeno. A presente pesquisa procurou debater essa problemática do ponto de vista da agricultura familiar, oferecendo enfoque regionalizado. A análise foi desenvolvida junto a agricultores familiares cujas propriedades estão localizadas na bacia hidrográfica do Rio Paraguaçu, Bahia. Esse rio abastece vários municípios baianos, sendo responsável pelo sustento hídrico de suas populações e pelo fortalecimento da agricultura estadual, sobretudo a familiar. A metodologia compreendeu a aplicação de questionário semiestruturado a 67 agricultores residentes em 15 municípios do semiárido baiano, cujo território pertence integralmente à área da bacia. O desenho amostral foi criado de forma a obter distribuição aleatória das propriedades escolhidas. Testou-se, por meio do teste Qui-quadrado, a hipótese de que conhecimento e percepção das alterações climáticas são positivamente relacionados à adoção ou disposição de adotar práticas agrícolas sustentáveis. Os resultados indicaram que 90% dos agricultores acreditam que as mudanças climáticas afetarão “muito negativamente” suas atividades; 6% acham que o efeito será “mais ou menos negativo”; 3% pensam que serão afetados “positivamente”; e 1% não soube responder. Apenas 3% garantiram ter informação abrangente sobre mudanças climáticas; 3% afirmaram não possuir nenhum conhecimento sobre o tema e 94% disseram ter compreensão incompleta. Plantio direto na palha, sistemas agroflorestais, reflorestamento com espécies nativas e conservação de matas nativas ou nascentes são práticas pró-ambientais desenvolvidas pelos agricultores (22% praticam pelo menos uma dessas técnicas). A maior parte dos entrevistados não sabe (43%) ou não acredita (29%) que suas práticas agrícolas possam causar prejuízos ambientais. Os que consideram que a forma como conduzem suas atividades possa ser danosa à natureza correspondem a 29%; entre esses, a maior parte (94%) está disposta a alterar suas técnicas produtivas, demonstrando preocupação ambiental. O teste Qui-quadrado indicou que há associação estatisticamente significativa entre adoção de práticas sustentáveis e percepção de que as práticas agrícolas utilizadas prejudicam o meio ambiente. Já a associação entre adoção de práticas sustentáveis e percepção/conhecimento sobre mudanças climáticas não foi significativa. Esses resultados permitem concluir que é necessário investir em aumento do conhecimento dos agricultores sobre a importância de práticas de cultivo alternativas, menos danosas à natureza.
Palavras-chave Percepção climática, Comportamento pró-ambiental, Agricultura familiar
Forma de apresentação..... Painel
Gerado em 0,66 segundos.