Resumo |
INTRODUÇÃO: Ao longo do tempo a assistência prestada no processo de parto passou a ser assistido em ambiente hospitalar. Esse ambiente composto por procedimentos obstétricos contribuiu para redução da morbimortalidade materna e neonatal, mas também gerou intervenções desnecessárias e complicações. Muitas delas podem ser reduzidas por meio de uma assistência adequada, baseada em evidências científicas que varia conforme o período de trabalho de parto. Destaca-se, neste estudo, a assistência obstétrica referente ao segundo e terceiro período de trabalho de parto. OBJETIVO: Avaliar a realização das boas práticas e intervenções obstétricas durante o segundo e terceiro período de trabalho de parto em puérperas primíparas internadas em uma maternidade do município de Viçosa, MG. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, descritivo, analítico, de caráter quantitativo, realizado na única maternidade do município de Viçosa, Minas Gerais. A população do estudo foi constituída por puérperas primíparas, durante o período de internação maternidade, formando uma amostra de 222 mulheres. Os critérios de inclusão são: primíparas de parto vaginal ou cesárea, com feto vivo ao início do trabalho de parto. A análise descritiva dos dados foi realizada através das frequências relativas e absolutas. Os dados obtidos foram codificados, categorizados e digitados em banco de dados do programa Epi info 7.0, transportados para o Microsoft Excel, versão 97-2003, e analisados pelo programa estatístico STATA, versão 13.2. RESULTADOS: A maioria da amostra é adulta, não branca, com média de 9 a 11 anos de estudo, com companheiro e realizaram o pré-natal financiado pelo SUS. A causa de internação hospitalar foi em sua maior parte devido ao trabalho de parto, sendo que 68,5% dessas mulheres tiveram como via de parto final a cesárea. Em relação à assistência obstétrica do segundo período de trabalho de parto, evidenciou que a maioria das mulheres teve o parto na posição litotomica como profissional presente o médico e presença de acompanhante. A manobra de Kristeller e o uso de soroterapia foi prevalente na maioria da população do estudo enquanto o uso de fórceps, a episiotomia e medicação no soro não estiveram presente. Sobre o terceiro período de trabalho de parto, a maioria recebeu hidratação venosa e fez uso de uterotônico venoso (69,1%) ou intramuscular (25,6%). 48,3% das mulheres de parto normal receberam massagem uterina para extração da placenta e 30,4% das parturientes tiveram contato pele a pele imediato com o bebê. CONCLUSÃO: O presente estudo identificou que a assistência ao segundo e terceiro período do parto na maternidade de Viçosa/MG não possui um padrão específico de manejo e necessita desenvolver práticas baseadas em evidencias cientifica. |