Resumo |
Principal leguminosa cultivada no Brasil, a soja (Glycine Max (L.) Merrill) conta com uma extensa área plantada e crescente produtividade que conferem ao país a posição de segundo maior produtor mundial dessa cultura. Essa oleaginosa tem se destacado na agroindústria por sua elevada produção de grãos, óleo vegetal e rações para alimentação animal, exercendo grande representatividade na economia brasileira. Contudo, o caráter produção de grãos é determinado não só pelos efeitos do genótipo, mas também pelos efeitos ambientais e pela interação genótipos x ambientes (G x A). Diante disso, programas de melhoramento genético de soja visam selecionar e recomendar genótipos que apresentem alto rendimento de acordo com as condições ambientais em que estes são submetidos. O objetivo do presente trabalho foi selecionar linhagens com alta adaptabilidade e estabilidade para os ambientes em estudo. Os experimentos foram realizados nos municípios de Bela Vista, Cascavel, Cafelândia, Dourados, Francisco Alves e Londrina, sendo avaliados 30 genótipos de soja. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados (DBC), com três repetições sendo que cada parcela foi constituída por quatro linhas de 5 metros (m), com espaçamento de 0,5 m entre linhas. Na maturação, as duas linhas centrais foram colhidas, totalizando uma área útil de 5 m2.A característica avaliada foi produtividade de grãos em kg ha-1. Os dados de produtividade foram submetidos à análise de adaptabilidade e estabilidade utilizando o método de Eberhart & Russel pelo software GENES. Os ambientes Bela Vista, Dourados e Londrina são considerados desfavoráveis uma vez que apresentaram menores médias em relação à média geral de produtividade de grãos. Cafelância, Cascavel e Francisco Alves apresentaram médias superiores à média geral, sendo considerados favoráveis. Os ambientes desfavoráveis são caracterizados por grandes variações ambientais e baixo investimento tecnológico e, por isso, requerem genótipos mais estáveis e adaptados a essas condições. Os genótipos 13, 25, 28 e 29 são recomendados para ambientes desfavoráveis (B1<1), apresentam médias de produtividade (B0) maiores em relação à média geral e são estáveis, apresentando melhor expressão gênica nesses ambientes com baixo amparo tecnológico. Já os genótipos 3, 6, 10, 19 e 20 são indicados para ambientes favoráveis, pois possuem produtividade média (B0) elevada e obtiveram B1>1, conferindo alta capacidade de resposta à melhoria do ambiente, ou seja, podem ser recomendados para os municípios de Cafelância, Cascavel e Francisco Alves. Contudo, em termos de produtividade de grãos, os genótipos 4,5,8,16 e 21 podem ser considerados ideais, sendo recomendados tanto para ambientes desfavoráveis quanto favoráveis, englobando toda a rede experimental em estudo. |