Resumo |
A mudança de percepção dos consumidores em relação aos produtos ambientalmente favoráveis promove um aumento constante sobre a demanda por mercadorias que não sejam somente sustentáveis e economicamente atraentes, mas que também sejam de boa qualidade e que atendam as funções desejadas. Assim, a madeira pode ser considerada um material sustentável, já que esta possui muitas características positivas, como o baixo impacto de carbono e um baixo nível energia incorporada nos processos de colheita, fabricação e transporte até seu ponto de uso. Da mesma forma, os compósitos plásticos de madeira, ou, em inglês, wood plastic composites (WPC), também podem ser uma solução interessante, uma vez que estes são produtos que incorporam resíduos durante seu processo de fabricação, tanto de plástico quanto de madeira, e são economicamente atraentes, com possibilidades variáveis de uso e um enorme potencial para a competitividade comercial. Porém, para que possam se enquadrar em um conceito de construções ecológicas, por exemplo, é de extrema importância que estes materiais sejam, além de sustentáveis, capazes de suportar constantes cargas de alta intensidade. Por isso, ao longo do desenvolvimento deste trabalho, foram caracterizadas as propriedades mecânicas relacionadas à capacidade de resistir aos esforços de flexão e compressão, tanto da madeira de Espruce da Noruega (Picea Abies) quanto de um WPC constituído de, aproximadamente, 70% de fibras naturais e 30% de polipropileno termoplástico (PP). Com base nos estudos e nos cálculos realizados ao longo dos testes desenvolvidos, foi possível gerar tabelas e gráficos que possibilitam notar que os compósitos plásticos de madeira, apesar de possuírem diversas vantagens em relação à madeira, ainda não apresentam características mecânicas interessantes o suficiente para situações que exijam altas valores de resistência dos materiais. Com os resultados deste artigo será possível desenvolver o dimensionamento de estruturas, considerando ambos materiais analisados, capazes de suportar uma carga hipotética, a fim de se realizar uma posterior análise do ciclo de vida destes objetos dimensionados, visando, também, estimar os possíveis impactos ambientais gerados nos processos de extração, produção e uso destes materiais. |