Resumo |
Introdução: A capacidade de produzir soluções novas e inesperadas sob pressão de tempo é uma das características importantes para jogadores de esportes coletivos, os quais apresentam uma grande variedade de situações. A criatividade permite que os atletas sejam mais efetivos durante suas ações no jogo e tornam mais difícil que elas sejam antecipadas por seus oponentes. A criatividade cognitiva envolve pensamentos originais para soluções de problemas, enquanto a criatividade motora, diz respeito a execução de movimentos originais e improvisados a partir das condições ambientais. Objetivo: O presente estudo teve como principal objetivo comparar crianças de clubes e escolinhas esportivas de futebol e futsal em relação à criatividade motora e cognitiva. Materiais e métodos: A amostra total foi composta por 64 sujeitos do sexo masculino de 9 a 11 anos de idade (M=10,09±1,00 anos), sendo 16 crianças de categorias de base de clubes e 48 de escolinhas de futebol e futsal. Inicialmente foi aplicado um questionário para avaliar a experiência formal e informal do sujeito na modalidade esportiva. Para a avaliação da criatividade motora, utilizou-se a escada de agilidade, enquanto para a avaliação da criatividade cognitiva foi aplicado o teste de fluência verbal. Os critérios para avaliação da criatividade motora foram a fluência, a flexibilidade e a originalidade dos movimentos realizados. Para a comparação da criatividade cognitiva e motora entre sujeitos das escolinhas e dos clubes utilizou-se o teste não paramétrico de Mann-Whitney, adotando um nível de significância de p<0,05. Resultados: Os resultados demonstraram que as crianças envolvidas na prática esportiva no clube possuem um maior volume de treinamento semanal em ambientes formais quando comparado aos sujeitos de escolinha esportiva (p=0,007). Por outro lado, não houve diferença na média de prática esportiva (futebol / futsal) no ambiente informal (p=0,211). Em relação à criatividade, não houve diferença entre as crianças da escolinha e de categorias de base de clubes no teste de criatividade cognitiva (p>0,05). Porém, em relação a criatividade motora, os sujeitos envolvidos na prática esportiva em clubes foram melhores nos componentes de fluência (p=0,026), originalidade (p=0,008) e escore total do teste (p=0,023) quando comparados ás crianças de escolinhas. Conclusão: Pode-se concluir que as crianças que praticam futebol ou futsal em clubes esportivos possuem uma maior criatividade motora do que sujeitos de escolinhas esportivas, o que pode ser devido ao maior volume de treinamento semanal. |