Resumo |
Lectinas são proteínas que, em meio fisiológico, se ligam seletivamente e reversivelmente a carboidratos. Possuem diversas funções biológicas bem como auxiliar na defesa contra insetos, fungos, bactérias e parasitas, inibir o crescimento de células tumorais e ativar células imunes. Recentemente, uma nova lectina isolada foi identificada e caracterizada a partir de extratos de Brassica oleracea var. Botrytis (BOL), com capacidade de ligação a proteínas de superfície de células imunes. Os macrófagos são células do sistema fagocítico mononuclear que quando ativados por lipopolissacarídeos bacterianos são capazes de levar à produção de nitritos e nitratos, e consequentemente, produção de óxido nítrico (NO). O NO faz parte do arsenal de primeira defesa do organismo com ação antibactericida, antiparasítica e antiviral. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi avaliar a produção de óxido nítrico por macrófagos estimulados com diferentes concentrações da BOL. Células do baço de camundongo BALB/c foram maceradas em ambiente estéril (tampão salina, 1mM EDTA), centrifugadas e ressuspendidas em meio de cultura. As células foram plaqueadas em placas de 24 poços (105 células/poço), e estimuladas com diferentes concentrações de BOL (1 µg/mL, 5 µg/mL e 10 µg/mL), ou LPS e incubadas por 4 h a 37 °C em atmosfera umidificada com 5% de CO2. Após esse período, o meio foi suplementado com soro fetal bovino e as placas foram incubadas por 24 a nas mesmas condições. Após a incubação, as amostras foram centrifugadas e o sobrenadante foi utilizado para analisar a produção de oxido nítrico pelo método de Griess. Os resultados foram analisados estatisticamente através do Kruskall-Wallis com pos-test de Dunn no software Graphpad Prism (GraphPad Software, San Diego, CA, USA), sendo considerados estatisticamente significativos P< 0,05. Foi possível observar que a BOL na concentração de 10 µg/mL (P < 0,05) estimulou a produção de oxido nítrico comparado com o controle positivo, LPS. Em contrapartida, as concentrações de 1 µg/mL e 5 µg/mL não apresentaram diferença estatisticamente significantes na produção de oxido nítrico quando comparado com o grupo controle. Desse modo, é possível concluir que a BOL é capaz de estimular a produção de óxido nítrico em macrófagos somente em concentrações mais altas. |