Resumo |
O sucesso de produtividade nos plantios de Eucalyptus no Brasil deve-se, principalmente, pelo avanço da silvicultura clonal. Dentre as técnicas usadas na silvicultura clonal, a micropropagação destaca-se por sua variada aplicação, como a multiplicação de clones superiores e a produção de plantas livres de doenças. A diminuição do uso de açúcares e outros componentes, necessários no cultivo in vitro tradicional, é a garantia de um processo com maior capacidade de automação e competitividade frente aos sistemas usados na silvicultura. Além da diminuição ou exclusão de sacarose outros fatores também devem ser estudados, como fluxo de fótons, níveis e qualidades de luz e trocas gasosas. Já se encontrou alternativas para as lâmpadas fluorescentes, como o uso de lâmpadas de LED, as quais permitem que a irradiância seja controlada e emita em padrões espectrais específicos, e as trocas gasosas têm sido permitidas com a utilização de tampas com filtros/membranas. O objetivo desse trabalho foi avaliar o alongamento de um clone de Eucalyptus benthamii em relação a três diferentes qualidades de luz e duas fontes de carbono. O experimento foi conduzido no Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais II do BIOAGRO/UFV. Segmentos nodais padronizados em 0,5 cm retirados de tufos micropropagados in vitro foram inoculados em tubos de ensaio contendo 10 mL de meio de cultura WPM acrescido de 15 g L-1 de Sacarose, 100 mg L-1 de mio-inositol, 800 mg L-1 de polivinilpirrolidona (PVP), 0,05 mg L-1 de benzilaminopurina (BAP), 0,25 mg L-1 de Ácido Indol Butírico (AIB); e 7 g L-1 de ágar, com pH ajustado em 5,8 e esterilizado em autoclave, com pressão de 1,5 atm e temperatura de 121°C por 20 minutos. O material foi mantido em sala de cultivo com fotoperíodo de 16 horas com temperatura de 25 ± 2ºC. O experimento configurou-se em um fatorial 3x2 (Luzes x Fontes de Carbono) com Delineamento Inteiramente Casualizado com 4 repetições de 8 tubos (contendo um explante cada), totalizando 32 tubos para cada tratamento e 192 tubos ao total do experimento. Após 30 dias de cultivo, os explantes foram avaliados quanto a Sobrevivência (%), Número de brotos (contagem), Comprimento de Brotos (cm) e Vigor (notas de 0 a 3). Não houve interação entre os fatores avaliados, sendo que foram avaliados separadamente pelo Teste de Tukey 5%. Em relação as fontes de luz, para todas as variáveis analisadas, a Luz LED V/A2 apresentou os melhores resultados, havendo diferença significativa apenas para Sobrevivência (%). Já para as duas fontes de carbono, para todas as variáveis analisadas, a fonte de carbono onde houve o uso de tampas com membrana, apresentou os melhores resultados, havendo diferença significativa entre as médias apenas para a variável de Comprimento de Brotos (cm). Dessa forma, pode-se afirmar que a luz LED azul, beneficiou de forma geral o alongamento celular in vitro, no entanto estudos ainda mais aprofundados em relação ao uso dessa luz e suas variações ainda são requeridos. |