Resumo |
Os profissionais da área de higienização hospitalar apresentam alto risco de desenvolverem problemas de saúde, e os principais estão relacionados ao sistema musculoesquelético. Tal fato se deve por desenvolverem um trabalho dinâmico e pesado, com execução de movimentos repetitivos que requer força, implicando em posturas inadequadas e desfavoráveis. Além de exigir demanda física é necessário que o estado nutricional destes trabalhadores esteja adequado, para não comprometer a realização das atividades laborais, melhorando o desempenho destas tarefas. Queixas de dores musculoesqueléticas e nível elevado de estresse têm sido relatados frequentemente por trabalhadores de higienização hospitalar. O objetivo deste estudo foi investigar a relação entre dores musculoesqueléticas, estresse ocupacional, estado nutricional e de saúde, e condições de trabalho de profissionais de higienização hospitalar de uma Instituição hospitalar da cidade de Viçosa-MG. Trata-se de um estudo transversal desenvolvido com os profissionais de higienização da instituição hospitalar supracitada. O perfil sócio demográfico foi delineado pela aplicação de questionário semi-estruturado, enquanto que para o estado nutricional utilizou-se Índice de Massa Corporal e a circunferência da cintura. As condições de trabalho foram avaliadas por meio da Análise Ergonômica do Trabalho. A avaliação das condições de saúde foi realizada por meio da avaliação clínica atual, pregressa, familiar e aferição da pressão arterial. O stress foi avaliado por meio da aplicação do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos, e a avaliação de dores e sua intensidade foi realizada por meio do Cultural and Psychosocial Influences on Disability Questionnaire. As associações estatísticas foram avaliadas por meio do teste de qui-quadrado no programa IBM SPSS Statistics 20. Dos 19 profissionais de higienização 100% eram do sexo feminino, 66,7% casados, com tempo de trabalho entre 2 semanas e 20 anos. 88,9% não realizavam outra atividade laboral, 66,7% não consumiam bebida alcoólica, 55,6% eram fumantes e sedentários, 66,7% se encontravam acima do peso e apresentavam risco cardiovascular. Quanto ao stress 33,33% apresentaram algum grau de stress, destes, 83,3% se encontraram na fase de resistência, 66,7% em processo de agravamento e a área de predominância dos sintomas foi a psicológica (66,7%). Os sítios mais comuns de dor foram a lombar seguida do ombro. Não houve associação entre excesso de peso e stress ou associação entre excesso de peso e dor. O trabalho desempenhado pelas funcionárias apresentou: condição ergonômica ruim, alto risco de lombalgia, tenossinovite, lesões por traumas cumulativos dos membros superiores, condição biomecânica e método de trabalho ruins. Conclui-se que apesar da não associação das variáveis estudadas, são necessários novos estudos, visto que as condições de trabalho desempenhadas por eles apresentam riscos para o desenvolvimento de complicações futuras. |