Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

21 a 25 de outubro de 2019

Trabalho 11354

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Linguística, Letras e Artes
Setor Departamento de Letras
Bolsa CAPES
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CAPES
Primeiro autor Nayana Moreira Moraes
Orientador JOELMA SANTANA SIQUEIRA
Título Subalternidade e precariedade em “A menor mulher do mundo”, de Clarice Lispector
Resumo O trabalho tem como objetivo analisar o conto “A menor mulher do mundo”, publicado na obra Laços de família (1960), de Clarice Lispector. O livro apresenta temáticas referentes às relações de núcleos familiares. O conto narra um encontro que ocorre no Congo Central entre o cientista Marcel Pretre e uma pigmeia, considerada a menor mulher do mundo – com quarenta e cinco centímetros e grávida – e a repercussão desse evento em lares burgueses, a partir de uma notícia de jornal. O cientista francês passa a observar a linguagem e o comportamento da tribo de pigmeus, mas principalmente, daquela que nomeou de Pequena Flor. A perspectiva dotada para a análise envolve os estudos da teoria da narrativa e os estudos de literatura e sociedade. O narrador, ao deter-se no olhar de diferentes personagens para a imagem da pigmeia publicada em fotografia colorida no jornal, permite-nos discutir aspectos relevantes sobre as percepções que estas têm desse “outro” e de si mesmas. A partir da análise das reações dessas personagens, bem como das reações do pesquisador e do narrador, a pesquisa pretende discutir acerca da condição de subalternidade e precariedade presentes nos discursos hegemônicos. Trata-se do modo como a narrativa de Lispector problematiza ações discriminatórias acerca do outro. É a partir desses elementos que as ressonâncias e convergências dessas personagens percorrem o olhar sobre Pequena Flor – lançando a ideia de tê-la como empregada – passando desde as sensações de espanto, horror, até uma aparente piedade. Partimos de aspectos importantes da análise da narrativa e dos estudos sociais, sobretudo os estudos pós-feministas apresentados por Gayatri Spivak e Judith Butler. A análise permite destacar que nos discursos do narrador, pesquisador e personagens observa-se a ideia de um parâmetro corporal e comportamental que julga a pigmeia como uma criatura exótica, primitiva e não natural. Desta forma, deflagra-se o silenciamento produzido por esses corpos, algo que culmina na negação e consequente rejeição do outro.
Palavras-chave pigmeia, narrativa, sociedade
Forma de apresentação..... Oral
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