Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

21 a 25 de outubro de 2019

Trabalho 11347

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ciências Biológicas
Setor Departamento de Biologia Animal
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro Outros
Primeiro autor Cidimar Estêvam de Assis
Orientador JORGE ABDALA DERGAM DOS SANTOS
Outros membros Igor Lopes Cordeiro, Larissa Faria, Natália Martins Travenzoli, Priscilla Caroline Silva
Título No Espírito Santo, a biomassa de espécies exóticas parece estar diretamente correlacionada ao grau de degradação ambiental
Resumo Algumas espécies não-nativas (exóticas ou alóctones) tais como tucunarés, curimatãs, tilápias, mandis e trairão foram introduzidas na Bacia do Rio Doce na intenção de incentivar a pesca desportiva e a produção comercial de peixes. Por serem mais tolerantes e generalistas, espécies alóctones podem aproveitar distúrbios ambientais e tornar-se dominantes nas assembleias de peixes. Em escala global, as espécies exóticas são o segundo fator mais relevante na extinção das espécies nativas, gerando perdas sociais e econômicas. Assim, a riqueza e biomassa de espécies exóticas versus nativas podem ser utilizadas para estimar o grau de impacto ambiental em um rio. O objetivo deste estudo foi avaliar se a biomassa de espécies exóticas supera a biomassa de espécies nativas em oito pontos no trecho capixaba do Rio Doce. As coletas foram realizadas em delineamento inteiramente casualizado, com seis repetições, sendo avaliadas seis campanhas e oito pontos localizados entre Colatina/ES e Linhares/ES. Petrechos variados foram utilizados para abranger os diferentes microhabitats. Os peixes foram eutanasiados em solução de Eugenol e em seguida fixados em formol 10%. Os indivíduos foram armazenados em solução de álcool etílico 70% e mantidos na coleção ictiológica do Museu de Zoologia João Moojen, na Universidade Federal de Viçosa. Durante as seis campanhas, foram registradas 58 espécies, sendo 40 nativas e 18 exóticas. Das 18 exóticas, 17 são de interesse comercial. Nos oito pontos amostrados, a riqueza de espécies nativas em relação às espécies exóticas foi maior. Porém nos pontos 08 (Rio Doce – Colatina) e 01 (Rio Doce – Baixo Guandu), a biomassa de espécies exóticas representa mais de 50% da composição dos espécimes amostrados. Nos pontos 07 (Ribeirão Palmas – Linhares) ambiente de riacho, 06 (Lagoa do Óleo – Colatina) e 05 (Lagoa do Limão – Colatina), ambientes lacustres, há predominância em biomassa de espécies nativas (acima de 70%). Essa mesma tendência só foi observada na calha principal do Rio Doce nos pontos 02 (Rio Doce Colatina), 03 (Rio Doce – próximo à Fazenda Três Marias) e 04 (Rio Doce - Povoação), com predominância em biomassa de espécies nativas (66%, 72% e 80% respectivamente). O predomínio de espécies nativas no ambiente de riacho pode ser explicado pelo fato de que o pequeno tamanho do corpo d’água não favorece as espécies exóticas de grande porte. Já a dominância de nativas nos 3 trechos da calha principal do rio pode ser explicada pela proximidade desses pontos com afluentes, os quais não se encontram tão degradados. Já a dominância de espécies exóticas nos pontos 01 e 08 pode ser explicada pelos efeitos de jusante da UHE de Mascarenhas. Conclui-se que os afluentes do rio Doce funcionam como refúgios para espécies nativas, apresentando maior riqueza e biomassa das mesmas, em contraste com os pontos ao longo da calha do rio, localizados em áreas impactadas e com maior concentração em biomassa de espécies exóticas.
Palavras-chave Biomassa, ictiologia, neotropical.
Forma de apresentação..... Painel
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