Resumo |
Muitos frutos cítricos de maturação precoce mantém o epicarpo esverdeado mesmo estando internamente maduros e prontos para o consumo. Na busca por acessar mercados mais exigentes, faz-se necessária a realização de desverdecimento em frutos de citros nessas condições. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o uso de concentrações e de tempos de imersão em ácido 2-cloroetilfosfônico (ethephon) sobre o desverdecimento de laranjas ‘Salustiana’ (Citrus sinensis Osbeck). Para tanto, utilizaram-se frutos de laranjeiras ‘Salustiana’, enxertadas sobre citrumeleiro ‘Swingle’, cultivados na UEPE Fundão/UFV, Viçosa - MG. Os frutos foram colhidos em 31/04/2019, estando ainda com o epicarpo verde, e destinados ao setor de fruticultura do DFT/UFV. Em 1°/05/2019 foram selecionados e imersos em solução de hipoclorito de sódio (150 mg L-1 de Cloro ativo) por 2 minutos. Após isso, foram retiradas 3 amostras do lote de frutos para caracterizar a sua condição inicial e, posteriormente, aplicados os tratamentos. O delineamento experimental foi o completamente casualizado, sendo os tratamentos arranjados em fatorial 4 × 2 + 1, com 3 repetições e 8 frutos por unidade experimental. Os tratamentos constaram de 4 concentração de ethephon (0; 0,5; 1,0; e 2,0 g L-1), 2 tempos de imersão (3 e 6 minutos) e mais uma testemunha sem imersão. Os frutos foram conservados em temperatura de 21 ± 0,5 °C e em umidade relativa do ar acima de 80%. Os frutos foram avaliados quanto à cor da epiderme e a perda de massa (PM) aos 3, 6 e 12 dias de armazenamento. Para mensuração da cor da epiderme e cálculo do índice de cor dos citros (IC) e da frequência de frutos exportáveis (fIC>2), utilizou-se o colorímetro Konica-Minolta® CR-10. Aos 12 dias também foram realizadas avaliações do conteúdo de suco (CS), sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT) e índice de maturação (SS/AT). O tempo de imersão dos frutos não afetou a mudança da cor dos frutos ao longo do tempo. No início do experimento, os frutos encontravam-se verdes (IC = -3,6; fIC>2 = 0). Já, aos 3 dias de armazenamento, os frutos tratados com ethephon já exibiam cores externas mais amareladas, especialmente os que receberam a concentração de 1,0 g L-1 (IC = 1,7; fIC>2 = 33,3 %), em relação aos não tratados. Não foi observado escurecimento dos frutos pela aplicação de ethephon. Os tratamentos não afetaram o conteúdo e a qualidade do suco no fim do armazenamento, nem a perda de massa dos frutos ao longo do período. O IC e fIC>2 apresentaram um comportamento quadrático em relação à concentração de Ethephon aplicada, em todos os tempos avaliados. A otimização do desverdecimento de laranja ‘Salustiana’ foi obtida em concentrações de, aproximadamente, 1,3 g L-1 de ethephon. |