Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

21 a 25 de outubro de 2019

Trabalho 11332

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ciências Biológicas
Setor Departamento de Biologia Geral
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Iuri Leite Zupeli
Orientador RICARDO ILDEFONSO DE CAMPOS
Outros membros Daniela Grijó de Castro, Isabela Knup Barros, Marcelo Augusto Pereira Coelho Dias, Rafael Mendes Teixeira
Título Limpar ou não limpar: efeito da presença de detritos nas teias sobre a eficiência de predação em Nephila clavipes (Arachnida: Araneidae)
Resumo A estratégia de forrageio tomada por predadores afeta diretamente sua sobrevivência, uma vez que a decisão tomada pelo animal irá influenciar o balanço entre a quantidade de energia gasta para capturar a presa e a quantidade de energia obtida com a predação. As aranhas (ordem Araneae) são considerados um dos grupos de predadores animais mais importantes em termos de diversidade (composta atualmente por mais de 48000 espécies). Em meio à tamanha diversidade, existe também uma grande variedade de comportamentos de captura de presas, que podem se enquadrar em dois grandes grupos denominados: “senta e espera” e “busca ativa”. A maioria das aranhas que adotam a estratégia de “senta e espera” constroem teias para a captura de presas. Adultos de Nephila clavipes, por exemplo, decoram suas teias, geralmente com carcaças de presas, as quais atraem insetos saprofíticos. Contudo, um comportamento observado em N. clavipes e ainda não investigado é aquele no qual as aranhas de tal espécie “limpam” a teia, removendo restos de detritos vegetais da mesma. Dessa forma, o presente estudo teve como principal objetivo identificar os fatores ecológicos que levam N. clavipes a limpar suas teias, respondendo à seguinte pergunta: por que aranhas da espécie N. clavipes limpam suas teias? Para responder tal pergunta, testou-se três hipóteses não excludentes: (i) A presença de detritos aumenta a chance de rompimento da teia de N. clavipes; (ii) Os detritos diminuem a taxa de interceptação de presas pela teia; (iii) Os detritos aumentam o tempo que a aranha leva para capturar a presa. Para testar a hipótese (i) foram adicionados pequenos fragmentos de folhas às teias e avaliado a situação das mesmas (intacta ou destruída) após 12 horas; para a hipótese (ii) detritos vegetais foram adicionados às teias e observado a taxa de interceptação de presas em função do número de detritos presentes na teia; e para a hipótese (iii) foram colocadas presas na teia a 10 cm de distância da aranha e medido o tempo em que a aranha levou para alcançar a presa em repetições sem detritos e com diferentes volumes de detritos na teia. Em relação a hipótese (i), a frequência de rompimento das teias foi independente da quantidade de detritos. Já a hipótese (ii) também foi refutada, pois verificou-se que não houve relação entre o número de detritos e a taxa de interceptação de presas pela teia. Finalmente, nossa hipótese (iii) foi corroborada, sendo que a presença de detritos influenciou negativamente o tempo de captura das presas. Considerando que N. clavipes orienta-se e discrimina a presença de presas por meio de padrões de vibração na teia, a presença de detritos presos a teia, até mesmo em pequenas quantidades, pode ser suficiente para prejudicar a capacidade de orientação da aranha e atrasar a captura da presa.
Palavras-chave comportamento, detritos em teias, predação.
Forma de apresentação..... Oral
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