Resumo |
A família Orchidaceae apresenta uma elevada diversidade e tem grande importância científica e comercial. Os indivíduos desta família apresentam sementes demasiadamente pequenas que não apresentam tecido de reserva para germinação das mesmas, necessitando assim de uma fonte externa de nutrientes. Essa fonte é fornecida através da associação com fungos micorrízicos que promovem a germinação das sementes e nutrem o protocormo, estágio de desenvolvimento anterior a formação da plântula. No estudo da interação fungo-planta a germinação de sementes de orquídeas é etapa crucial uma vez que permite a interação isolada do fungo micorrízicos com a semente de orquídea, sem interferência de fungos ou bactérias contaminantes. Diversos estudos empregam diferentes soluções de desinfestação e tempos de exposição das sementes a estas. Devido à alta diversidade da família Orchidaceae cada espécie apresenta sementes com susceptibilidade diferente ao hipoclorito de sódio. Dessa forma este estudo objetivou selecionar uma concentração de hipoclorito de sódio para desinfestação das sementes da orquídea Epidendrum sp. para melhor germinação. Foram testadas concentrações de 0.125 %, 0.625 % 1.25 %, 1.875 %e 2.5 % de hipoclorito de sódio. A avaliação da germinação foi realizada aos 25 e 50 dias de cultivo aplicando-se notas com base em estágios de desenvolvimento dos protocórmos e calculando-se o índice de crescimento. A menor concentração de hipoclorito de sódio, 0.125 % se mostrou ineficiente na desinfestação, levando a contaminação de todas as sementes. Após 25 dias de cultivo o melhor tratamento foi o de 1.25 % de hipoclorito de sódio (1/4 da solução comercial de água sanitária) promovendo o maior índice de crescimento. Após 50 dias os tratamentos com 0.125 %, 0.625 %, 1.25 % e 2.5 % apresentaram o mesmo índice de crescimento, superior ao tratamento de 1.875 %, entretanto somente o tratamento com 1.25 % apresentou uma alta taxa de germinação, 83 %. Os demais tratamentos apresentaram taxas de germinação próximas ou inferiores a 50 %. Desta forma o melhor tratamento de desinfestação foi o de 1.25 %, ressaltando-se a importância de avaliação em períodos maiores de incubação devido a possibilidade de germinação das sementes ainda não germinadas nos demais tratamentos. |