Resumo |
A linfadenite caseosa é causada pelo patógeno Corynebacterium pseudotuberculosis, uma das principais enfermidades infectocontagiosas na caprinocultura. Caracterizada por um processo inflamatório de linfonodos com a formação de granulomas de aspecto caseoso e esbranquiçado. É um microrganismo com elevada facilidade de transmissão e sobrevivência por longos períodos no ambiente e a sua alta prevalência também está relacionado a negligência dos produtores no controle sanitário, pela ausência da prevenção, do diagnóstico e do tratamento, ocasionando diminuição da produtividade destes animais e qualidade dos produtos ofertados como carne, leite e pele. O objetivo desse trabalho é o controle da alta prevalência da linfadenite caseosa, de modo a diminuir o risco de contaminação entre os rebanhos. Em uma caprinocultura leiteira no município de Viçosa, foi observado em alguns animais a ocorrência do aumento do volume de linfonodos, principalmente os pré parotídeos e pré escapulares, que com a evolução da doença tornavam-se flutuantes. Nos animais que apresentavam linfonodos com característica flutuante e alopécica (3/360) foi realizado o tratamento recomendado de acordo com a literatura, baseando-se na assepsia e tricotomia do local, incisão e drenagem do abcesso, limpeza e desinfecção com tintura de iodo 10% e incineração de todo material utilizado. O material caseoso foi coletado para cultura e isolamento bacteriano no laboratório da Universidade Federal de Viçosa, confirmando o diagnóstico de Corynebacterium pseudotuberculosis baseado na visualização por microscopia de bactérias gram-positivos em forma de cocobacilos com grupamentos irregulares desprovidos de esporos e no teste bioquímico de inibição de β-hemolisina de Staphylococcus aureus. A partir do relato foi realizado um estudo de prevalência da doença no rebanho composto por 360 animais de várias idades, através da avaliação clínica dos linfonodos e presença de tecido cicatricial proveniente do rompimento dos linfonodos acometidos. Do total avaliado, encontrou-se cerca de 23,8% (86/360) de animais positivo. Entre os animais positivos, 2,8% dos animais com idade de até um ano e 32,8% de animais maiores de um ano. Um trabalho de conscientização foi realizado com os funcionários, recomendando as medidas de controle e profilaxia, como a realização do procedimento de drenagem dos linfonodos flutuantes antes de ocorrer o rompimento do mesmo e isolamento desses animais, de modo a diminuir a transmissão do patógeno, descarte gradativo dos animais positivos do rebanho, desinfecção das instalações com vassoura de fogo, separação e vacinação dos animais com idade inferior a seis meses e principalmente a compreensão dos funcionários sobre a influência da doença na produtividade do rebanho, apesar da cura clínica trata-se de uma enfermidade crônica e existe o risco da transmissão aos seres humanos. Dessa maneira espera-se controlar a incidência no rebanho e futuramente eliminar a linfadenite caseosa. |