Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável

21 a 25 de outubro de 2019

Trabalho 11282

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Linguística, Letras e Artes
Setor Departamento de Letras
Bolsa SICOOB-UFVCredi
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro SICOOB-UFVCredi
Primeiro autor Camila Cardoso Barros
Orientador GABRIELA DA SILVA PIRES
Título O uso da Construção Concessivo-Comparativa “ATÉ QUE PARA X, Y” em websites como estratégia para avaliação de mulheres
Resumo O presente estudo consiste em um projeto de Iniciação Científica financiado pelo PIBIC – UFV (Sicoob - UFVCredi) sob a orientação da professora Drª Gabriela da Silva Pires. O referencial teórico é baseado nos pressupostos da Linguística Cognitiva acerca da Gramática das Construções (GOLDBERG, 1995; FERRARI, 2011), que explicita as construções linguísticas como pareamentos entre forma e função, a e da Teoria da Avaliatividade (MARTIN & WHITE, 2005), que consiste em abordar os recursos da língua usados para avaliar (com foco no subsistema da Atitude, que se divide em: Afeto, Julgamento e Apreciação). A partir desse aporte, o objetivo geral da pesquisa consiste em investigar a Construção Concessivo-Comparativa representada pela estrutura enfática semipreenchida “ATÉ QUE PARA/PRA X, Y”, em que X corresponde a um elemento de caráter indefinido e Y um comentário contrário em relação ao exposto em X, caracterizando-se uma quebra de expectativa, como exemplificado em: “até que para uma mulher você programa muito bem” (site: maringapost.com.br). Aliado a isso, busca-se verificar o potencial avaliativo da construção por meio da análise dos recursos linguísticos empregados sob a ótica da Teoria da Avaliatividade. Para o escopo do trabalho, o recorte temático é voltado a analisar o uso da estrutura em referência a figuras femininas, especificamente mulheres, como se observa no exemplo retirado do nosso banco de dados: “até que para um mulher você é inteligente” (site: pragmatismopolitico.com.br). Dessa forma, o processo metodológico iniciou-se com a constituição do banco de dados através da plataforma de pesquisa Google, obtendo-se 262 resultados iniciais. Dentre esses, após a definição das ocorrências referentes à construção com correferencialidade direta, foram obtidas 133 dados válidos. Em seguida, devido ao recorte temático, com a construção especificamente direcionada à avaliação de mulheres, o banco de dados final passou a ser constituído de 62 ocorrências. O trabalho encontra-se em fase de conclusão e até o presente momento as análises têm apontado para algumas considerações como: (a) a avaliação feita no elemento X é majoritariamente relacionada ao comportamento social das mulheres (17 ocorrências); (b) os contextos em que a estrutura foi predominante são websites em que costuma haver um menor monitoramento gramatical, como blogs e fanfictions, que se caracterizam como espaços em que os falantes possuem mais liberdade e desenvolvem criatividade, o que justifica o uso desta estrutura, como inovadora da língua; (c) os dados analisados indicam que o comentário exposto em Y é expressivamente voltado para o Julgamento (44 ocorrências); e (d) os resultados parciais obtidos demonstram como essa construção gramatical pode ser utilizada como um recurso linguístico avaliativo que reforça estereótipos e imaginários sociais sobre a figura da mulher.
Palavras-chave Construção gramatical, Avaliatividade, Gênero feminino
Forma de apresentação..... Oral
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