Resumo |
Introdução: As medidas e índices antropométricos são considerados indicadores de adiposidade simples e de baixo custo, porém apresentam limitações em pacientes com excesso de peso. O perímetro da cintura (PC), por exemplo, tem difícil localização do ponto médio da cintura ou cicatriz umbilical nessa população, enquanto o índice de massa corporal (IMC) não é capaz de indicar a distribuição da gordura corporal ou sua relação com massa magra. Objetivo: Avaliar a adiposidade corporal pelo Índice de Adiposidade Corporal (BAI) e diferentes indicadores antropométricos em indivíduos com risco cardiometabólico. Metodologia: Trata se de um estudo transversal, com 366 indivíduos (204 mulheres/ 162 homens, 43±16 anos), atendidos pelo Programa de Atenção à Saúde Cardiovascular da UFV – PROCARDIO-UFV (ReBEC id: RBR-5n4y2g). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFV (Of. Ref. nº 066/2012/CEPH) e todos os participantes assinaram ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Peso corporal, altura, PC, perímetro do quadril (PQ) foram aferidos segundo protocolo padronizado do programa e os índices, tais como IMC, razão cintura-quadril (RCQ), razão cintura-estatura (RCE) e BAI [PQ/ (Altura x √ Altura) – 18] foram calculados. O percentual de gordura (%GC) foi obtido mediante análise da bioimpedância elétrica tetrapolar horizontal (Biodynamics 310 model, Washington, USA). Resultados: Na amostra, 38,3% apresentou obesidade (IMC≥ 30Kg/m²) e 78% excesso de gordura corporal (> 30 e 20 para mulheres e homens, respectivamente). Em relação ao BAI, 53,3% apresentaram excesso de gordura corporal (> 0,35 e 0,25 para mulheres e homens, respectivamente) com maior prevalência entre os homens (70,7 vs. 40%, p<0,01). Em relação aos indicadores de adiposidade central, 75,8% apresentaram risco aumentado para DCV pela RCQ (>0,90 e 0,85 para mulheres e homens, respectivamente), 77,3% pelo PC (≥ 80 e 94 cm para mulheres e homens, respectivamente) e 76,5% pela RCE (> 0,53 e 0,52 para mulheres e homens, respectivamente). Ademais, o BAI se correlacionou positivamente com IMC (r=0,685; p<0,01), PC (r=0,496; p<0,01), RCE (r=0,724; p<0,01) e %GC (r=0,734; p<0,01). Conclusão: o BAI apresentou boa correlação com outros índices antropométricos e aparentemente maior especificidade na prevalência de excesso de gordura corporal em indivíduos com risco cardiometabólico. Como esse índice pode ser medido sem pesagem e com fácil localização anatômica, seu uso parece promissor. |