Resumo |
A demanda por energia elétrica aumenta significativamente no Brasil, estudos realizados pelo Ministério de Minas e Energia mostra que haverá uma aumento na demanda em torno de 3,6% a.a., para o período 2017-2026. A energia produzida no país é em sua maioria oriunda do parque hidrelétrico, cerca de 77% da matriz. Esse sistema apesar de ainda possuir um potencial a ser explorado, apresenta consequências indesejáveis, como impactos sobre recursos naturais, ecossistemas, meios de subsistência e estilos de vida nas comunidades rurais. No entanto, a localização geográfica e as condições climáticas do país o torna privilegiado no tocante a outro modal energético, o modal fotovoltaico. A luz solar é a nossa maior fonte de energia, sendo essa uma alternativa renovável capaz de desempenhar um papel de destaque no futuro da cadeia de abastecimento. Essa técnica consiste na conversão da energia fotoelétrica em energia elétrica através de painéis de silício, que geralmente são instalados nos telhados dos edifícios. A modelagem da cobertura e seus recursos solares pode ser realizada em um ambiente de Sistema de Informação Geográfica (SIG), já que esses sistemas possuem ferramentas capazes de detectar as faces superiores de uma edificação. Para obter-se um resultado eficiente, necessita-se de dados geográficos de qualidade, que poderão ser obtidos na base de dados do Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) (inventario territorial oficial e sistemático do município, e está embasado no levantamento de todas as parcelas territoriais). Do CTM, obtêm-se os arquivos vetoriais das edificações urbanas e o Modelo Digital de Superfície (MDS) (que é um arquivo matricial no qual o valor de cada célula consiste numa cota), caso possua, em caso contrário, o MDS poderá ser obtido através de levantamento aerofotogramétrico com Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAs). O software ArcGIS, possui a ferramenta de análises espaciais Área Solar Radiation, que consegue extrair a insolação sobre uma determinada superfície. O céu é dividido em setores e através de cada setor é realizado o cálculo da insolação direta, difusa e global, repetindo esse procedimento para cada célula do modelo. A quantidade total de radiação calculada para uma determinada superfície é dada como a radiação total global, que considera a transmissividade da atmosfera no caminho mais curto; a fração de abertura (desobstrução) para o setor; entre outros. A partir do arquivo gerado neste procedimento, extrai-se as áreas das edificações e obtêm-se o potencial solar nas áreas compreendidas sobre as edificações. O produto cartográfico final, permite avaliar o potencial fotovoltaico de uma cidade, o qual constitui-se em um instrumento analítico de extrema valia que permite quantificar as capacidades locais para a produção energética e usar esses resultados para a implementação de estratégias de planejamento urbano, visando o desenvolvimento sustentável e a garantia de uma maior disponibilidade energética ao sistema. |