Resumo |
Apresentamos reflexões sobre as estratégias empregadas no ensino de artes a partir das ações desenvolvidas no 2º e 4º ano do Ensino Fundamental na Escola Estadual Padre Álvaro Corrêa Borges em Viçosa, por meio do Núcleo Arte/Pedagogia do Programa de Residência Pedagógica na UFV, em atividade desde de agosto de 2018 nos campi Viçosa e Florestal. O núcleo é composto pelos cursos de graduação em Dança, Pedagogia e Educação Infantil, sob coordenação das docentes Dra. Rita Márcia Vaz de Mello, Márcia Onísia e Dra. Rosana Pimenta, sob tutela da preceptora Carolina Rosa Barroso. O objetivo é discutir a utilização do espaço da escola e suas funções condicionadas pela rotina escolar, como lugar de aprendizado por meio de ações educativas artísticas junto aos estudantes no sentido de estimular a ideia de pertencimento, apropriação, produção de conhecimento e de significado. Tem como objeto de estudo a interação dos educandos com espaço físico da escola, bem como sua perspectiva do espaço problematizando como as aulas de Arte podem propiciar sua ressignificação. Assim, expor as ações interdisciplinares desenvolvidas pelos residentes em Dança na escola. A discussão sobre a estrutura física da escola foi construída no sentido de propor a otimização de sua exploração ampliando as possibilidades de docência. Inicialmente, observamos um maior apreço dos escolares por locais como a brinquedoteca, cozinha, o pátio (palco e refeitório) e a quadra, e menos afinidade com a sala de aula, secretaria, coordenação, direção e sala dos professores. Nas primeiras regências, os discentes não se apresentavam concentrados em relação às propostas dos bolsistas residentes. Conversavam, reclamavam e às vezes implicavam uns com os outros, alguns corriam pelo espaço gritando. Por vezes, mesmo com a ajuda da professora da turma, ficava inviável realizar as propostas fora da conformação espacial convencional. Ressaltamos que, sob orientação da coordenação com atenção à Base Nacional Comum Curricular e aos Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de artes, a proposta visava estimular a percepção do espaço a fim de desenvolver interações conscientes entre as crianças e o meio. Acostumados a ficar enfileirados em suas carteiras manifestaram em conversa conduzida pelos residentes: “Professora, é que a gente fica nervoso quando tem espaço e quando estamos na cadeira nós ficamos calmos”, “O pátio é pra gente correr e brincar”. Foi possível compreender seu comportamento dentro e fora da sala de aula. Promovemos atividades que favorecessem o contato com o meio, tais como: rodas de conversa, desenhos pelo e do espaço, registro em vídeo e criação de plantas baixas a partir do olhar das crianças, entre outras ações. Os estudantes passaram a colaborar na organização da sala para as aulas de artes, além da percepção de que a Arte pode estar em diversos locais. A experiência apresentada tem contribuído significativamente na compreensão da cultura escolar de utilização espaços. |