Resumo |
A mecanização contribui para o aumento na produtividade em sistemas de produção florestal, porém gera alterações nas características do solo, principalmente em suas propriedades físicas. Tais alterações precisam ser avaliadas para garantir a sustentabilidade deste sistema a médio e longo prazo. Desta forma o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos das práticas mecanizadas sobre as propriedades físicas do solo ao longo dos anos, além de sua atenuação por resíduos em superfície. O estudo foi realizado na fazenda da Klabin S/A em Telêmaco Borba - PR, Brasil, em área dominada por Latossolos Vermelhos distróficos argilo-arenosos. Os tratamentos consistiram de dois sistemas de colheita (harvester + forwarder - HF e feller + skidder - FS), juntamente com a renovação do plantio, seguido do manejo de resíduos culturais mantendo 100%,50% e 0% de resíduos, seguido de preparo do solo ou plantio colhido. Foram determinadas em campo a resistência do solo a penetração (RP) e umidade gravimétrica (Uam). Amostras indeformadas foram coletadas em pontos equidistantes a cada 0,50m em transectos perpendiculares as linhas de plantio. Densidade do solo (Ds), porosidade, resistência do solo a penetração (RP), e umidade na capacidade de campo (θcc) foram determinadas nas profundidades 0-0,10; 0,10-0,20; 0,20-0,40 e 0,40-0,60 m. Já a permeabilidade do solo ao ar (Ka), condutividade hidráulica em solo saturado (Ks), pressão de pré-consolidação (σp) e o grau de compactação (GC) nas camadas 0-0,30 e 0,30-0,60 m. Intervalos de confiança e correlações foram calculados considerando probabilidades de até 0,10 e 0,05, respectivamente. A RP foi avaliada por análise geoestatística. A mesma não apresentou dependência espacial nas camadas 0-0,20 e 0,40 m, e em 0,40-0,60 m observou-se dependência fraca para HFR e FSR. As médias de Ds, nas áreas de renovação, foram menores em HFR0 (1,21 kg dm-3) e FSR0 (1,24 kg dm-3) em relação à HFR100 (1,40 kg dm-3), por influência do maior volume de resíduos em HFR100. Nas áreas de condução de plantio a média de Ds foi menor em HFC (1,30 kg dm-3) em comparação a FSC (1,46 kg dm-3), graças ao menor volume de resíduos sobre o solo durante a colheita em FSC. Não foram constatadas diferenças significativas para as médias de RP em HFR e FSR. Porém, as médias (0-0,60 m) em HFC (1,23 MPa) foram significativamente menores que em FSC (2,00 MPa). Porosidade, Ks, Ka, GC e σp não tiveram diferenças significativas, porém estiveram associadas às alterações na Ds e indicaram, conjuntamente, que os diferentes tipos de manejo promoveram alterações na estrutura do solo no curto prazo. Nas presentes condições, as maiores quantidades de resíduos sobre a superfície do solo atenuaram os efeitos degradantes do tráfego na colheita sobre a estrutura do solo e, em contrapartida, em áreas de renovação do plantio, as maiores quantidades de resíduos prejudicaram o resultado final do preparo de solo. |