Resumo |
Esta comunicação traz resultados da pesquisa “A escola viçosense e as experiências de imigração venezuelana: questões linguístico-culturais de uma nova demanda” a partir de observações feitas na sala de aula de um recém-chegado aluno venezuelano em uma escola da rede pública do 8° ano na cidade de Viçosa, Minas Gerais e de aplicação de questionários tanto para o imigrante venezuelano, quanto para os professores e alunos brasileiros. A partir de nosso objetivo geral, que era identificar as ações demandadas pela comunidade escolar pesquisada para o aperfeiçoamento do processo de inclusão do aluno venezuelano que frequenta a Instituição, enfocamos a relação sociointerativa do aluno estrangeiro com os professores e colegas, decorrente do contato entre culturas diferentes, identificando os sentimentos de pertença e identidade advindos do processo de deslocamento humano, para responder a pergunta de pesquisa “Como convive e se intercomunica o estudante venezuelano nas relações com os brasileiros em ambiente escolar e quais são as demandas de ações percebidas pela escola e pelos próprios estudantes para aperfeiçoar tais relações?” Definimos três categorias para as análises dos dados, sendo estas a “convivência”, a “intercomunicação” e as “demandas”, e como resultados, identificamos que a convivência e a intercomunicação estão estreitamente relacionadas e são afetadas pelas diferenças linguísticas, refletindo na exclusão social do aluno venezuelano. A pesquisa constituiu-se a partir de leituras teóricas acerca do conceito ‘interculturalidade’, tendo como base autoras como Goenechea (2008)Matos (2016), Paraquett (2014), Permisán (2014) e Walsh (2009). As pesquisadoras buscam compreender o fenômeno da imigração e afirmam a necessidade de uma perspectiva crítica da interculturalidade e de sua implantação na criação de espaços que reconheçam a diversidade cultural e que, além disso, promovam medidas educativas que contemplem o processo de adaptação dos alunos estrangeiros. Além disso, buscamos também nossa base teórica em Paulo Freire, em Pedagogia do Oprimido (1996), já que o mesmo traz profundas reflexões acerca das diferenças epistemológicas entre os indivíduos. Esta pesquisa é realizada na Universidade Federal de Viçosa e conta com financiamento do PIBIC/CNPq. |