Resumo |
Introdução: O consumo inadequado de hortaliças e frutas representa um dos principais fatores de risco para a carga global de doenças crônicas não transmissíveis. Uma dieta rica em frutas, verduras e legumes auxilia na manutenção do peso corporal, controle da glicemia e do colesterol, fatores estes determinantes no desenvolvimento das doenças cardiovasculares. Objetivos: Avaliar o consumo de hortaliças e frutas em pacientes com risco cardiovascular. Material e métodos: Trata-se de um estudo transversal, realizado com pacientes atendidos pelo Programa de Atenção à Saúde Cardiovascular da Universidade Federal de Viçosa (PROCARDIO-UFV), na Unidade de Atenção Especializada em Saúde (UAES), no período de 2018 a 2019. Os critérios de inclusão foram: possuir encaminhamento médico e apresentar uma ou mais das seguintes alterações metabólicas: excesso de peso (IMC ≥ 25 kg/m²), pré ou hipertensão arterial (≥ 130/85 mmHg), dislipidemias (TG ≥ 150 mg/mL, CT ≥ 200 mg/dL, HDL < 40 ou 50 para homens e mulheres), glicemia de jejum elevada ≥ 100 mg/dL ou diabetes mellitus diagnosticado. Foram coletadas informações socioeconômicas através de questionário estruturado e realizadas avaliação antropométrica, clínica e anamnese alimentar (recordatório 24 horas) no momento da primeira consulta. A estatística descritiva foi realizada utilizando Microsoft Excel. Os dados foram apresentados como média ± desvio padrão ou frequência (%). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFV (Of. Ref. nº 066/2012). Resultados: Participaram do estudo 16 indivíduos, predominantemente mulheres (81,3%), com média de idade de 45,5 anos (±16,1). A maioria possuía ensino médio completo (37,6%) e renda > 2 salários mínimos (75%). A prevalência de obesidade severa e mórbida (IMC ≥ 35 e ≥ 40 kg/m²) foi de 43,8%, e as médias de perímetro da cintura e de percentual de gordura corporal foram 98,9 cm (± 15,7) e 31,7% (± 16,9), respectivamente. Todos os participantes do estudo apresentaram risco aumentado para doenças cardiovasculares pela classificação do perímetro da cintura e percentual de gordura corporal. Os níveis médios de PA sistólica e diastólica foram, consecutivamente, 131,2 (±19) e 89,6 (±12,3) mmHg. Em relação ao consumo diário de hortaliças, 50% da amostra consumiu uma porção, 31,2% não consumiram hortaliças, 12,5%, duas porções e 6,3% consumiram 3 porções. Ainda, 50% dos participantes não consumiram frutas, 25%, uma porção, 18,2%, duas porções e 6,3%, quatro porções. Conclusões: Neste estudo, os indivíduos apresentam um alto risco cardiometabólico e um baixo consumo de hortaliças e frutas, o que reforça a necessidade de estabelecermos estratégias e intervenções nutricionais que contribuam para o bem-estar e adesão da população ao tratamento. |