Resumo |
Introdução: o banho no leito constitui-se como uma prática rotineira da equipe de enfermagem e que apresenta riscos para quem o recebe. Durante o banho no leito os pacientes encontram-se expostos a uma maior variação dos sinais vitais. Essas alterações podem contribuir para uma pior evolução clínica dos pacientes e maiores índices de mortalidade. Apesar da importância clínica das repercussões oxi-hemodinâmicas geradas pelo banho no leito, há uma carência de estudos destinados a avaliá-las. Objetivo: identificar o comportamento das variáveis oxi-hemodinâmicas (temperatura corporal, frequência cardíaca, frequência respiratória e saturação de oxigênio) dos pacientes críticos durante a realização do banho no leito tradicional. Metodologia: estudo transversal realizado com 50 pacientes adultos internados em uma UTI de um hospital escola no período de novembro de 2018 a fevereiro de 2019. Os pacientes foram observados durante a realização do procedimento de banho no leito tradicional. As variáveis oxi-hemodinâmicas (temperatura timpânica, saturação transcutânea de oxigênio arterial, frequência cardíaca e frequência respiratória) foram consideradas como os desfechos primários avaliados e foram coletadas em três momentos: no início do banho, aos 10 minutos de execução e ao término do procedimento. Realizou-se a análise descritiva dos dados. Este estudo obteve parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer 2.550.114). Resultados: Houve um predomínio de pacientes do sexo masculino (28 – 56,0%), autodeclarados brancos (33 - 66,0%), com média de idade de 68,6 anos. Durante a realização do banho no leito tradicional observou-se que a média da temperatura timpânica permaneceu constante (34,8ºC – mínimo: 34ºC; máximo: 36,7º). A média da saturação de oxigênio sofreu uma queda durante o procedimento, sendo inicialmente igual a 96,6%, reduzindo para 96,0% aos 10 minutos de banho e mantendo-se igual a 95,7% ao final do procedimento. De forma inversa, as médias de frequência cardíaca e respiratória sofreram elevações ao longo do procedimento. Inicialmente a média da frequência cardíaca foi igual a 86,9 bpm e da frequência respiratória igual a 21,3 irpm. Aos 10 minutos de banho esses valores foram iguais a 87,1 bpm e 23,4 irpm. No encerramento do procedimento foram registradas as maiores médias, sendo 87,6 bpm e 23,5 irpm. Conclusão:Os achados desta pesquisa evidenciam o efeito negativo do banho no leito tradicional nos pacientes críticos, desencadeando uma queda da saturação de oxigênio arterial e elevação das frequências cardíaca e respiratória. |