Resumo |
O Brasil é o maior produtor e exportador de café arábica, com produção em 2018 de 47 milhões de sacas, sendo que 69 % foi proveniente do estado de Minas Gerais. Esse panorama tem tido a contribuição dos programas de melhoramento genético, por meio do desenvolvimento e lançamentos de novas cultivares com alta qualidade, entretanto é necessário avaliá-las nas diferentes regiões produtoras de café. Com isso, o objetivo desse trabalho foi avaliar diferentes cultivares de café arábica quanto as características de fitossanidade e produtividade na Zona da Mata Mineira. O experimento foi instalado no Campo Experimental Vale do Piranga da EPAMIG, Oratórios, MG, em delineamento de blocos ao acaso com 22 cultivares de café arábica e três repetições. As parcelas foram constituídas de 7 plantas, com espaçamento de 0,7 x 3,6 m, entre plantas e fileiras, respectivamente. Foram avaliadas na safra 2018/2019 as seguintes características: severidade de ferrugem (Hemilea vastatrix), com notas de 1 a 5; severidade de cercosporiose (Cercospora caffeicola), com notas de 1 a 5; intensidade de seca de ponteiro, com notas de 1 a 4; severidade do ataque de bicho-mineiro (Leucoptera coffeella), com notas de 1 a 5; vigor vegetativo, com notas de 1 a 10, percentual de frutos chochos e produtividade, estimada a partir da produção medida em litros e convertida em sacas de 60 kg de café beneficiado.ha-1 (scs.ha-1). Os dados foram submetidos a análise de variância e as médias agrupadas pelo teste Scott-Knott a 5 % de probabilidade. Para as características intensidade da seca de ponteiro; severidades de ferrugem, de cercosporiose e do ataque de bicho mineiro não houve diferenças significativas entre as cultivares, que apresentaram desde a ausência a pouco sintomas dessas características. Esse fato, indica que a maioria das cultivares de café estudadas responderam bem a aplicação de insumos químicos, resultando em plantas com baixa severidades de doenças e pragas, independente do material genético utilizado. Em relação ao vigor vegetativo houve diferença significativa entre as cultivares, formando três grupos: o de maior (média de 6,68), intermediário (média de 5,93) e baixo (média de 4,83) vigor vegetativo. Não houve diferença entre as cultivares para a percentagem de frutos chochos, com média de 9,13 %, valor considerado aceitável. Quanto a produtividade, houve a formação de quatro grupos, com médias de 23,23 e 2,79 scs.ha-1 para os de maior e menor produtividades, respectivamente. Dentre as cultivares mais produtivas, 75 % também fizeram parte do grupo das mais vigorosas indicando boa associação entre essas duas características. Com base na safra 2018/2019, as cultivares Sacramento MG1, Araponga MG1 e Paraiso MG H419-1 apresentam potencial para o cultivo na Zona da Mata Mineira. Agradecimentos ao Consórcio Pesquisa Café, CNPq e a FAPEMIG pelo apoio financeiro do projeto e pelas bolsas concedidas aos autores. |