Resumo |
Introdução: Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) são doenças altamente prevalentes no Brasil e no mundo, cujos desfechos podem estar relacionados a risco cardiovascular elevado e sintomas depressivos e ansiosos. A literatura vem tentando caracterizar essas patologias por meio de marcadores bioquímicos que podem, inclusive, apresentar melhoras por programas de exercício físico. Objetivos: Caracterizar os efeitos do exercício físico supervisionado e do destreinamento na saúde mental e física de portadores de DM2 e HAS de alto risco. Metodologia: Trata-se de um estudo experimental. Foram realizadas 20 semanas de exercício supervisionado seguido por 20 semanas de um período de destreinamento. Um total de 8 pacientes fizeram parte do grupo exercício e controle, com média de idade de 61±10 e 59±4 anos, respectivamente. A saúde mental foi avaliada pelos inventários de depressão (IDB) e ansiedade (IAB) de Beck. Também foram ainda avaliados o nível de atividade física diária, o excesso de gordura corporal e visceral, assim como o risco cardiovascular, capacidade física e parâmetros bioquímicos, que foram insulina, cortisol, hemoglobina glicada, homocisteína, glicose, colesterol total e HDL. Todas as medidas foram realizadas antes e após as 20 semanas de exercício e após o mesmo período do destreinamento. Resultados: Foram encontradas melhoras significativas nos sintomas depressivos segundo a pontuação do IDB após a intervenção e piora após o destreinamento, com a média de 14 pontos antes do início da intervenção, 8 pontos após as 20 semanas de exercício físico supervisionado e, finalmente, 10 pontos após as 20 semanas de destreinamento (p=0,008). Quanto aos sintomas ansiosos, segundo o IAB, a pontuação média obtida nesses três momentos foi 9, 5 e 6 pontos, respectivamente, obedecendo o mesmo comportamento do IDB (p=0,047). Houve ainda, diminuição significativa de gordura corporal (p=0,025) e visceral (p=0,028) além de melhoras significativas na capacidade física dos pacientes. Para os parâmetros bioquímicos não foram observadas diferenças significativas. Conclusão: O exercício físico pode ter impacto positivo no prognóstico de portadores de HAS e DM2, especialmente nos aspectos da saúde mental e física. |