Resumo |
Afetividade, comportamento e cognição são identificados como as três capacidades fundamentais do ser humano (STANGOR, JHANGIANI e TARRY, 2014). Na área da Educação, porém, muito foco tem sido dado à intelectualidade, sendo menor atenção dada às questões da afetividade, seja do aluno ou do professor (LAGO, 2011). Ainda assim, Stangor, Jhangiani e Tarry (2014) apontam que pesquisas envolvendo a afetividade estão em voga, sendo a autoestima um dos diversos conceitos pesquisados. A escola tem sido apontada como um local onde a autoestima se altera devido, especialmente, às comparações, à competição e, por vezes, ao fracasso (CABRAL, 2006). Alguns estudiosos identificaram dois grandes fatores que afetam a autoestima, em especial a docente: o fracasso e a diminuição da estima dedicada ao indivíduo (Mosquera,1977 apud FABRET, 2007). Contudo, apesar da importância desse construto, pesquisadores apontam a escassez de estudos que tratem da autoestima docente (MENDES et al., 2012), em especial no âmbito da Linguística Aplicada, com professores de línguas estrangeiras (ASSIS, 2011; RUBIO, 2014). Este estudo visa suprir essa lacuna ao investigar a autoestima de professoras de língua Inglesa e os fatores que a compõe. As participantes são três professoras que atuam em uma escola da rede estadual de um município localizado na Zona da Mata de Minas Gerais. Essa pesquisa, em andamento, faz uso de quatro instrumentos de coleta de dados: um inventário que mensura o nível de autoestima de cada professora participante; duas narrativas visuais, uma narrativa escrita focada em sua formação acadêmica e atuação profissional e um entrevista com cada professora. Os resultados parciais indicam níveis baixos de autoestima, sendo necessário ainda compreender a relação desses com sua identidade, satisfação profissional e comportamento/relacionamento no ambiente escolar através da análise dos dados provenientes dos demais instrumentos. Espera-se, com este trabalho, compreender como se configura a autoestima docente de língua inglesa em escolas públicas, indicando as possibilidades para o desenvolvimento e manutenção de níveis saudáveis desta, e consequente melhoria na qualidade da atuação docente, da interação professor-aluno e do processo de ensino-aprendizagem. |