Resumo |
O aperfeiçoamento de metodologias de inventário florestal impulsionou a execução de técnicas de amostragem que apresentam custo e demanda de tempo cada vez menores para a realização do levantamento. No Brasil, conhecimentos acerca da comparação da precisão e eficácia destas metodologias no intuito de atender a finalidade supracitada, em florestas inequiâneas, ainda são muito incipientes. Objetivou-se, com este estudo, comparar métodos de amostragem por parcelas de área fixa e variável por meio de parâmetros populacionais em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual localizado em Viçosa, MG. No método utilizando parcelas de área fixa (I), foram lançadas aleatoriamente 9 parcelas de 1000 m² e todos os indivíduos que apresentaram DAP ≥ 5 cm tiveram seus CAP, altura total e comercial aferidos. Para as parcelas de área variável (II), no centro de cada parcela de área fixa foi estabelecido um ponto de amostragem e, com auxílio da barra de Bitterlich, as árvores qualificadas tiveram as variáveis supracitadas também aferidas. Os parâmetros populacionais número de espécies, área basal por hectare e altura total média foram calculados. A comparação entre os métodos foi feita por meio da análise do coeficiente de correlação Pearson. No método I, foram mensurados 1.294,44 fustes por hectare pertencentes a 149 espécies distintas e, no método II, 1.390,81 fustes por hectare pertencentes a 59 espécies. No que concerne à área basal, o valor médio encontrado no método I foi de 29,46 m² ha-1 e no método II, 17,33 m² ha-1. Em relação à altura total média, os valores foram de 13,64 m e de 18,38 m, respectivamente. As análises mostraram que o método II, quando comparado com o método I, apresentou tendência à subestimação para os parâmetros número de espécies e área basal por hectare. Já, para o parâmetro altura total, notou-se tendência à superestimação. Os valores dos coeficientes de correlação mostraram que os métodos apresentaram maior grau de associação entre si para o parâmetro altura média. Para o parâmetro área basal por hectare, notou-se correlação negativa entre os métodos. A subestimação do número de espécies pode ser explicada pelo fato do método II ter mensurado um menor número de indivíduos em relação ao método I, o que acarretou em um menor número de espécies levantadas. A subestimação do parâmetro área basal pelo método II pode ter ocorrido em função da redução do número de indivíduos totais levantados em relação ao método I, pois o método só seleciona indivíduos arbóreos cujo DAP é igual ou superior à abertura da barra. A superestimação do parâmetro altura total média pode ser elucidada devido ao método de Bitterlich beneficiar a seleção de árvores de classes diamétricas maiores que, geralmente, apresentam maiores alturas. Diante do exposto, concluiu-se que existem tendências de sub e superestimação dos parâmetros populacionais estudados quando se compara o método tradicional com o método alternativo para o tamanho da amostra selecionada. |