Resumo |
A pesquisa científica é uma atividade intelectual intencional e metódica que busca soluções para necessidades humanas. Na Universidade, ela é uma preparação para que o estudante seja intelectualmente autônomo e se habitue à ciência. A escrita científica e, especificamente, o processo de elaboração de um projeto de pesquisa, pode ser uma tarefa complexa, que o estudante desenvolve com o auxílio dos docentes. No contexto da pós-graduação, muitos são os espaços para construção deste espírito científico, de disciplinas e estágios à realização da pesquisa. O Mapa Conceitual (MC) é uma das estratégias que pode ser utilizada nessa situação. Diante disso, este trabalho objetiva apresentar uma experiência de utilização do MC na pós-graduação em Educação, da UFV. Especificamente, busca-se descrever as possibilidades deste instrumento na escrita científica e apontar suas implicações para a construção do projeto de pesquisa sobre Formação Docente. O tipo de pesquisa utilizado foi a pesquisa bibliográfica. MC é um diagrama que relaciona conceitos – por meio de setas, por exemplo, e especificando as relações – e os hierarquiza – dos mais “importantes” aos secundários. Suas possibilidades são amplas: organização de conteúdo; auxílio na aprendizagem; planejamento; avaliação; tomada de decisões. Na experiência na pós-graduação em Educação o MC foi utilizado para estudo de textos, seminários e durante o planejamento e elaboração do projeto de pesquisa. Recortando a experiência com o projeto de pesquisa, situado no campo da Formação de Professores, diante da quantidade e riqueza de material bibliográfico, o MC foi elaborado para visualizar as categorias e subcategorias teóricas, como elas se inter-relacionam e se relacionam ao tema central. Foi reelaborado várias vezes, a partir de sugestões da orientadora e em virtude de novas leituras, sendo enriquecido com a referência a clássicos do campo. O MC foi, ainda, apresentado em reunião do grupo de pesquisa FORMEPE, onde pôde ser explicado, já que, ao fazer isso, se explicita seus significados. Ele foi utilizado em diferentes formatos: à mão, no programa word, no software Prezzi e como intervenção artística, onde os temas foram representados por fotos de seus principais autores. A (re)elaboração, apresentação e variações do MC possibilitaram apropriação de conteúdo, interação entre conhecimentos prévios sobre formação docente, ou seja, aprendizagem significativa – quando um novo conhecimento se ancora na estrutura cognitiva, nos conhecimentos já existentes, ambos se modificando. Além disso, proporcionaram visão crítica sobre o assunto. Cabe destacar, que colaborou na percepção de temas relativos a gênero e raça quando do trabalho com os clássicos do campo de pesquisa, tanto na percepção de equilíbrios quanto na ausência de autores negros. O MC configurou-se como um instrumento rico para entendimento de um tema e suas categorias, consistindo em um freixo de luz sobre cada texto lido, encaminhando a novas leituras. |