Resumo |
Introdução: Prematuridade é definida como o nascimento antes de 37 semanas de gestação e os recém nascidos Pequenos para a Idade Gestacional (PIG) são aqueles que se encontram abaixo do percentil 10. O crescimento é um processo contínuo e que resulta da interação de fatores genéticos, nutricionais, hormonais e ambientais. Os lactentes prematuros possuem maior risco de restrição do crescimento logo após o nascimento, com tendência a normalização após os primeiros meses de vida. Entretanto, essa recuperação costuma ser prejudicada em prematuros que também são considerados PIG e, portanto, algumas crianças não conseguem recuperar totalmente o ganho de peso e altura, possuindo maior risco de baixa estatura na vida adulta. Dessa forma, é de fundamental importância fornecer atenção especial a essas crianças durante todo o período de crescimento. Objetivo: Analisar o crescimento de lactentes prematuros PIG acompanhados em serviço de referência secundária, durante os dois primeiros anos de idade gestacional corrigida (IGC). Material e métodos: Estudo transversal de dados de prematuros PIG, acompanhados em serviço multiprofissional de referência secundária, entre 2010 e 2015. Monitorizou-se o crescimento pelas curvas de Fenton e da World Health Organization, fazendo-se a correção para a idade gestacional, e construiu-se uma linha de tendência por função polinomial de terceiro grau. Resultados: Dos 183 prematuros acompanhados no serviço, 31 nasceram PIG e foram incluídos no estudo. As taxas de peso adequado para a IGC foram 31,3% no primeiro mês e 90,0% aos 24 meses. As taxas respectivas de estatura adequada para a IGC no primeiro mês e aos 24 meses foram 43,8% e 100%. Aos 24 meses, 90% dos lactentes eram eutróficos, porém, 10,0% apresentaram índice de massa corporal (IMC) elevado para a IGC. Conclusão: O crescimento dos prematuros PIG tende a adequação ao longo dos primeiros dois anos de IGC, com velocidade mais intensa nos primeiros seis meses. O IMC elevado para a IGC é um alerta para o necessário acompanhamento e intervenção, com vistas à redução do risco futuro para doenças crônicas não transmissíveis. |