Resumo |
Introdução: a avaliação da carga de trabalho de enfermagem tem sido mundialmente discutida nas instituições hospitalares, em razão de suas implicações na qualidade da assistência aos pacientes. Nos cenários de maior complexidade como o das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) essa avaliação ganha destaque, relacionando-se ao impacto da aplicação de novas tecnologias no cuidado, da mudança do perfil dos pacientes graves ou de risco e da necessidade de recursos humanos especializados. Dentre estes instrumentos tem-se o Nursing Activities Score (NAS), que visa avaliar a carga de trabalho e auxiliar no dimensionamento dos profissionais de enfermagem. Esse instrumento apre¬senta um total de 23 itens, que retrata a necessidade de cuidado do paciente gravemente enfermo ao longo das 24 horas. Objetivo: identificar a carga de trabalho da enfermagem requerida por pacientes adultos durante a internação em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Metodologia: coorte prospectiva realizada com 53 pacientes internados em uma UTI de um hospital da zona da mata mineira entre os meses de julho e setembro de 2018. Utilizou-se o NAS para a coleta de dados. Realizou-se a estatística descritiva e inferencial para comparação de médias. Considerou-se como significativo o valor de p <0,05. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer 2.014.344). Resultados: houve predomínio de pacientes do sexo feminino (28 – 52,83%), com idade entre 17 e 96 anos, proveniente do serviço de urgência/emergência (34 – 65,38%), devido a doenças do aparelho circulatório (18 – 33,96%). A gravidade pelo SAPS 3 média foi de 52,32 pontos e estimativa de mortalidade de 25,34%. O tempo de internação variou de 2 a 38 dias e a alta dos pacientes prevaleceu (39 - 73,58%). Em relação à carga de trabalho da enfermagem, mensurada pelo score NAS, a média foi de 57,41%, com valor mínimo de 34,8%, máximo de 96%. Cada ponto do NAS corresponde a 14,4 minutos, verificou-se que os pacientes do referido estudo necessitaram, em média, de 13,78 horas de assistência de enfermagem, no período de 24 horas (mínimo= 8,35 horas e máximo= 23,04 horas). A média da carga de trabalho da enfermagem no momento da admissão foi maior que a média mensurada no momento do desfecho clínico (p<0,001). Os pacientes que evoluíram para o óbito durante a internação apresentaram uma pontuação média no Score NAS superior à dos pacientes que sobreviveram (p=0,022). Conclusão: o instrumento NAS foi considerado útil na gestão do cuidado dos pacientes criticamente doentes, devendo ser avaliado sistematicamente ao longo da internação. A carga de trabalho da enfermagem variou ao longo do período de internação sendo maior no primeiro dia de internação e no cuidado dos pacientes com prognóstico reservado (óbito). |