Resumo |
A veiculação de notícias falsas tem aumentado exponencialmente nos últimos anos e nos lança um alerta sobre a importância de verificar a veracidade das informações disponibilizadas em domínio público. Considerando que os estudantes estão cada vez mais inseridos no universo digital e há, ao mesmo tempo, uma desinformação generalizada causada pelo intenso fluxo de acesso as notícias não confiáveis, é indispensável desenvolver projetos nas escolas que busquem a conscientização e o desenvolvimento de propostas que desconstruam as informações falsas. Isso com vistas a promover uma formação crítica e reflexiva frente as notícias que são publicizadas, de modo que os estudantes sejam capazes de interpretar e argumentar sobre o que se tem acesso. Diante do exposto, 14 estudantes do 8º Ano do Ensino Fundamental de um colégio particular, situado na cidade de Ervália/MG, participaram de uma sequência de atividades envolvendo o tema fake news, sendo correlacionadas com a disciplina de Ciências. O professor responsável pelo componente curricular construiu cinco notícias falsas e as distribuiu aos estudantes. Divididos em cinco grupos, eles debateram sobre o assunto central contido nas notícias distribuídas pelo professor, sem saber previamente que elas referiam-se a fake news. Em um ambiente dialógico e colaborativo, os estudantes debateram sobre as notícias e promoveram discussões em grupos sobre a veracidade das informações abrangidas por cada uma destas notícias. Após o debate, cada grupo construiu um mapa mental sobre informações em questão e respondeu a um questionário semiaberto que abordava a importância da sequência de atividades implementada em sala de aula. Com base na análise dos dados, observaram-se que oito estudantes acreditaram na notícia analisada, dois ficaram em dúvida e outros quatro não acreditaram nas informações contidas na notícia. Isso demonstrou que a maioria dos estudantes ainda não buscou checar as informações que lhes foram fornecidas, a fim de verificar a autenticidade do que se lê. Apenas quatro estudantes conseguiram identificar as notícias falsas e construíram mapas mentais evidenciando as informações errôneas disseminadas pela notícia. Os demais fizeram os mapas mentais pautados em notícias falsas, entendendo que tais informações eram verídicas e, mesmo sem consultar as fontes, acreditaram nos dados sem checá-los. Após a socialização dos mapas mentais, os estudantes junto do professor discutiram sobre todas as notícias e concluíram que elas eram fake news, devendo assim ser desconstruídas. Isso gerou um ambiente reflexivo e contribuiu para a formação crítica dos estudantes, que constataram a importância de se analisar cuidadosamente o que vem sendo divulgado e os reflexos da disseminação de fake news na sociedade como um todo. |