Resumo |
Introdução: a anemia, especialmente do tipo ferropriva, é considerada um dos distúrbios nutricionais mais prevalentes na população pediátrica, dado esse que inclui aqueles nascidos prematuros, principalmente no primeiro ano de vida. Detectar as diferentes variáveis implicadas na saúde dos prematuros é importante para prover intervenções nessa população específica. Objetivo: verificar as prevalências de deficiência de ferro e anemia entre prematuros acompanhados em serviço de saúde de referência em seu primeiro ano de vida calculado por idade gestacional corrigida. Metodologia: estudo transversal de dados de prematuros acompanhados em serviço de referência para uma região de saúde no período entre 2010 e 2015. Foram considerados como critérios de inclusão apresentar registro de exames laboratoriais realizados entre a idade cronológica de seis meses e a idade gestacional corrigida de doze meses. Consideraram-se anemia e deficiência de ferro quando os níveis de hemoglobina e ferritina foram inferiores a 11g/dL e 30µg/dL, respectivamente. Caracterizou-se erro alimentar quando houve ingestão de leite de vaca, farináceos e açúcares ou introdução precoce de alimentação sólida. Resultados: dos 277 prematuros cadastrados no serviço até o período do estudo, 132 foram elegíveis. Dentre esses, houve predomínio do sexo masculino (55,9%) e 72,2% foram internados na unidade de terapia intensiva no período neonatal. As medianas de peso ao nascer e idade gestacional foram 1972g e 34/6 semanas, respectivamente. Quanto à adequação do peso, nasceram adequados, pequenos e grandes para a idade gestacional, respectivamente, 75,8%, 16,7% e 7,6% dos prematuros. As prevalências de anemia e deficiência de ferro foram 19,1% e 54,5%, respectivamente. A duração mediana do aleitamento materno foi cinco meses. Com relação ao erro alimentar, este esteve presente em 75% da população, com destaque para o consumo de leite de vaca por 33,3% dos prematuros. Conclusão: no primeiro ano, as prevalências de anemia e deficiência de ferro foram expressivas, assim como as taxas de erro alimentar, especialmente de uso do leite de vaca. Ações devem ser direcionadas para dar continuidade ao estudo dos fatores associados às anormalidades detectadas e realizar as adequadas intervenções para a promoção da saúde e prevenção de agravos para as crianças prematuras e suas famílias. |