Resumo |
Introdução: A segurança do paciente tem ganhado destaque nos últimos tempos devido aos riscos e ao impacto que o cuidado indeliberado em saúde pode ocasionar ao paciente, principalmente no âmbito hospitalar. Entende-se por segurança do paciente a redução, a um nível mínimo aceitável, dos riscos de danos inerentes aos cuidados relacionados à atenção à saúde. O evento adverso (EA) é definido como todo incidente evitável decorrente da assistência à saúde, que pode resultar em qualquer dano desnecessário ao paciente. No Brasil existe a RDC n° 36 de 25 de julho de 2013, onde instituiu-se o Programa Nacional de Segurança ao Paciente, que estabelece medidas que cooperam para a qualidade do cuidado em saúde. Nela também consta a criação do Núcleo de Segurança do paciente, o qual é responsável por monitorar os incidentes e os EAs ocorridos nas instituições. Esse monitoramento ocorre através da notificação, pela qual é possível conhecer as eventualidades que ocorrem nas instituições de saúde. A notificação do EA baseia-se na comunicação desses pela equipe de saúde ou por pacientes e é um método utilizado mundialmente para obter informações a respeito dos eventos ocorridos. Objetivos: Compreender a percepção dos enfermeiros em relação às notificações de eventos adversos e como ocorre sua prática em relação a esse processo. Metodologia: Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, descritivo e exploratório realizado em um hospital de ensino situado na Zona da Mata do estado de Minas Gerais, Brasil. Os participantes do estudo foram 24 enfermeiros que trabalhavam na instituição hospitalar, sendo a coleta através de entrevistas semiestruturadas, conduzida por meio de um roteiro contendo dez perguntas abertas. Os depoimentos foram gravados mediante autorização dos participantes e posteriormente transcritos na íntegra. Resultados: Emergiram-se três categorias: “A realidade da subnotificação”, “Notificação de evento adverso como sinônimo de farmacovigilância” e “Potencialidades e fragilidades relacionadas ao processo de notificação”. Os enfermeiros conseguem identificar o evento adverso quando o mesmo ocorre, reconhecem os benefícios assistenciais e gerenciais que as notificações viabilizam, mas apresentam um conhecimento incipiente sobre a temática e não dão a devida importância para a realização das notificações em sua jornada de trabalho e ainda não as realizam de maneira precisa. Conclusões: É necessário que haja treinamentos padronizados por parte dos gestores para todos os profissionais envolvidos bem como a reafirmação da cultura de segurança do paciente com toda a equipe multidisciplinar para que a notificação de eventos adversos possa ser um fator potencializador para a segurança do paciente. |