Resumo |
A semente de Chia (Salvia hispânica L) vem se destacando como alimento funcional em função da sua composição em nutrientes e compostos bioativos e pelo seu efeito na redução de risco de doenças e agravos crônicos não transmissíveis. O objetivo deste trabalho foi investigar o efeito do consumo da chia sobre o peso corporal, adiposidade, metabolismo de glicose e triglicerídeos sanguíneos in vivo. Foi um ensaio biológico dividido em duas fases. Na fase I, os animais foram alocados em dois grupos, grupo CM (n=10) e grupo HFHF (n=20) para indução do excesso de peso e alterações metabólicas, durante 8 semanas. Na fase II, os animais do grupo CM com a mesma dieta, e os do grupo HFHF foram divididos: grupo HFHF, com dieta HFHF e grupo SC, com dieta HFHF + semente de chia, durante 10 semanas, para, então, serem eutanasiados para retirada dos tecidos adiposos, tecidos e sangue. O peso e o consumo alimentar foram monitorados semanalmente. Foram avaliados adiposidade, CEA (coeficiente de eficiência alimentar), índice hepatossomático e concentrações plasmáticas de glicose e triglicerídeos. Na 8ª semana do experimento,os animais foram mantidos em jejum de 12h para condução do teste intraperitoneal de tolerância a insulina (TITI) e foi calculado a média da constante do decaimento da glicemia (KTITI) e na 10ª semana, os animais permaneceram em jejum de 12 h para a realização do teste intraperitoneal de tolerância a glicose (TIPTG) e foi calculada a área abaixo da curva (AUC). O consumo alimentar e o ganho de peso não diferiram (p>0,05) entre os grupos durante o experimento. O CEA do grupo SC aumentou em relação ao grupo CM (p<0,05), igualando ao grupo HFHF. O IMC e a adiposidade do grupo SC foi menor que do grupo HFHF (p<0,05), igualando ao CM. O percentual de adiposidade do grupo SC foi superior (p<0,05) ao grupo CM (p<0,05), igualando ao grupo HFHF. Não foi observada diferença (p>0,05) em relação ao índice hepatossomático e concentração de trigliceridios entre os grupos. Os animais SC reduziram os níveis de glicose (p<0,05) comparado aos animais do grupo HFHF, equiparando aos animais do grupo CM. Observou-se pelo teste de tolerância a glicose que o grupo SC apresentou decaimento da glicose mais constante KITT em relação ao grupo HFHF (p<0,05), sem diferir do grupo CM, por consequência, a glicose plasmática no grupo SC decaiu em menor tempo do que no HFHF. Quanto ao TIPTG, o grupo SC obteve uma área abaixo da curva maior do que o grupo CM (p<0,05) e similar ao grupo HFHF, com isso a variação da glicemia ao longo do tempo nos grupos SC e HFHF também foram maiores do que no grupo CM. Dessa forma, conclui-se que a semente de chia promoveu redução do IMC, da adiposidade corporal, da glicose sanguínea e melhoria da sensibilidade a insulina. |