Resumo |
O melanoma é um tipo de câncer de pele que tem origem nos melanócitos e, embora seja de baixa incidência apresenta grande possibilidade de metástase e alta taxa de mortalidade. A probabilidade de sobrevivência depende do estágio em que a doença se encontra e as opções terapêuticas são limitadas no quesito de melhorar a qualidade de vida ou a sobrevivência dos pacientes. A busca de novos compostos com ação antitumoral é essencial pois muitos dos já existentes são inviabilizados por estarem associados com toxicidade e causarem efeitos prejudiciais à maior parte dos pacientes. No Brasil, apesar da grande biodiversidade, a investigação das espécies vegetais ainda é baixa quanto aos potenciais terapêuticos. Muitas propriedades medicinais existentes em plantas são utilizadas no tratamento de doenças, principalmente no que se refere ao conhecimento popular. Na medicina popular, a Salvia officinalis é utilizada em preparações de chá e infusões, por suas diversas propriedades terapêuticas. A planta constitui uma fonte rica de compostos flavonoides, exibindo uma alta atividade antioxidante e possivelmente alguma atividade citotóxica. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito in vitro do extratos de S. officinalis contra células de melanoma da linhagem B16F10. O material vegetal de S. officinalis foi coletado no Grupo Entre folhas (UFV). As folhas foram limpas e secas a 45°C por 72h e depois trituradas. Os extratos foram obtidos por maceração exaustiva (até o esgotamento da droga vegetal) e sequencial com solventes em ordem crescente de polaridade (hexano, diclorometano e etanol), entre cada solvente a droga vegetal foi seca antes de ser novamente macerada com o próximo solvente. Os extratos então foram concentrados utilizando um rotaevaporador. Células B16F10 de melanoma foram cultivadas em meio DMEM. Para avaliação do efeito citotóxico utilizando o ensaio por MTT, uma concentração de 104 células foram plaqueadas por poço, em placa de 96 poços, e incubadas a 37 °C e 5% de CO2. Após 24 hs, o meio de cultura foi substituído por meio contendo os extratos de S. officinalis em diferentes concentrações (entre 0 e 100 µg/mL), e em triplicata. Após 48 hs de exposição das células ao extrato, o meio foi retirado e as células foram incubadas com MTT por 2 hs, com posterior adição de DMSO e leitura a 570 nm para determinação da porcentagem de morte celular. Os resultados obtidos demonstraram que a porcentagem de morte celular foi diretamente proporcional a concentração dos extratos,apresentando valores de IC50 de 59,97µg/mL para o extrato etanólico, 10,64 µg/mL para o extrato de diclorometano e 24,95 µg/mL para o extrato de hexano. Entre os três extratos o que apresentou melhor atividade foi o extrato de diclorometano. Estes resultados mostram que os extratos de S. officinalis possuem atividade citotóxica contra células de melanoma e que estes são possíveis candidatos para o desenvolvimento de novos agentes terapêuticos baseados em produtos naturais. |