Resumo |
A eficiência alimentar (EA) é um dos parâmetros mais importantes dentro de um sistema de produção de carne bovina afetando os custos de produção. O consumo alimentar residual (CAR) tem sido sugerido como característica mais adequada para a seleção de animais do que a taxa de conversão alimentar, uma vez que é fenotipicamente independente da taxa de crescimento e do peso corporal em bovinos em crescimento. Embora o CAR tenha sido usado extensivamente para avaliar a EA, sua base fisiológica e/ou metabólica permanece incerta. Alguns processos principais estão envolvidos na variação da EA, como ingestão e digestão de ração, atividade animal, termorregulação e metabolismo energético. O metabolismo do músculo esquelético e do fígado representam importantes fatores que regulam a EA. No entanto, a maioria dos estudos sobre mecanismos moleculares baseados em diferenças na EA em bovinos de corte concentraram seus esforços em mudanças no nível do transcriptoma, enquanto as informações sobre as diferenças quanto ao proteoma são escassas. Com o objetivo de caracterizar os mecanismos que determinam as diferenças no metabolismo energético em bovinos de corte, foi analisado o proteoma do tecido muscular esquelético de 18 tourinhos Nelore selecionados para CAR+ (menos eficientes, n = 9) e CAR- (mais eficientes n = 9). Amostras de tecido muscular esquelético foram coletadas imediatamente após o abate e submetidas à extração de proteínas e eletroforese em gel bidimensional. Os géis foram escaneados com o ImageScanner III utilizando o programa Lab Scan e analisados usando o software ImageMaster Platinum. Os géis 2-D revelaram proteínas com massa molecular variando de 14,4 a 97 kDa e ponto isoelétrico variando de 3 e 10. Treze spots foram encontrados diferentes em abundância (P ≤ 0,05) no tecido muscular esquelético entre os grupos CAR- (mais eficiente) e CAR+ (menos eficiente). Dos 13 spots que tinham abundância diferente em tecido muscular esquelético dos Grupos CAR+ e CAR-, três foram capazes de ser identificados através de espectrometria de massas. Entre eles, dois apresentaram maior abundância nos animais CAR+, identificados como Actin Alpha 1 e 14-3-3 Proteína Epsilon. Um spot apresentou maior abundância no tecido muscular esquelético dos animais CAR-, e foi identificado como Proteína de Choque Térmico Beta 1 (HSPB1). Em resumo, os dados sugerem que a diferença na EA de bovinos identificados para CAR pode ser devida a diferenças no gasto energético com o turnover proteico do músculo esquelético, ilustrado pela maior abundância de HSPB1 e proteína 14-3-3 Epsilon no músculo esquelético de animais CAR-. |