Resumo |
A tuberculose bovina (TB) é uma doença infectocontagiosa a qual afeta mamíferos, como ruminantes e humanos, podendo levar a grandes perdas econômicas no setor agropecuário. É uma zoonose causada pela bactéria Mycobacterium bovis e trata-se de uma doença de fácil transmissão, podendo ser disseminada através do leite, fezes, urina e sêmen. Os animais infectados, positivos nos testes, devem ser sacrificados. O diagnóstico definitivo para tuberculose bovina baseia-se na identificação do agente por técnicas microbiológicas que são demoradas e de baixa sensibilidade. O método mais utilizado é o teste cutâneo por tuberculinas, que se baseia na resposta imunológica do animal infectado, e apesar de rápido e eficiente não diferencia as espécies de Mycobacterium, podendo apresentar reações cruzadas com outros microrganismos e resultados falso-positivos após susceptíveis sensibilizações. O trabalho teve como objetivo identificar proteínas no genoma de M. bovis com alta densidade de epítopos lineares de célula B preditos e avaliar seu potencial para o diagnóstico de TB. A predição de epítopos no genoma de M. bovis foi feita pelo programa BepiPred com threshold adotado de 1.3 (fornecendo uma especificidade de 96%), minimizando a seleção de falsos epítopos. As proteínas contendo epítopos preditos foram então comparadas pelo programa BLASTp com o proteoma de Mycobacterium tuberculosis e de outros agentes infecciosos de bovinos como Trypanosoma vivax, Neospora caninum e Leptospira a fim de selecionar apenas as proteínas específicas para M. bovis. Duas proteínas foram selecionadas e seus epítopos de maior score foram utilizados para a confecção da quimera, a qual foi sintetizada no vetor de expressão pET-28a. Em seguida, foi feita a transformação em Escherichia coli Artic Express, que foi confirmada através da PCR, onde observou-se bandas de aproximadamente 1000 pb. A indução da expressão foi avaliada e confirmada por SDS-PAGE e Western Blotting, respectivamente, onde pôde-se observar uma única banda de 35 kDa representando a quimera. Posteriormente, foi feita a purificação da proteína em FPLC, que foi confirmada pela eletroforese em gel de poliacrilamida. Consequentemente, a proteína foi utilizada como antígeno no ELISA, e foi visto que a quimera reagiu mais fortemente com o soro dos animais saudáveis do que com aqueles infectados com tuberculose. Este resultado avaliou a antigenicidade da quimera, o qual provou-se baixo, uma vez que o sinal de absorbância foi maior para os soros negativos. Contudo, planeja-se avaliar o potencial imunogênico da proteína, o que permitiria sua utilização na produção de uma vacina contra a TB. |